Davi Barboza dos Santos Lopes, de 18 anos, sempre foi muito ativo, sorridente e brincalhão. Com seus 1,91 de altura, sempre amou o basquete e é neste que ele se encontrou e sempre se dedicou na escola.

Em janeiro de 2023, enquanto treinava durante as férias, o jovem começou a sentir dores agudas nas costas, que foram evoluindo com o passar dos dias. No dia 30 daquele mês, devido a um agravamento nas dores, Davi precisou ser medicado e hospitalizado.

Davi durante . (Arquivo Pessoal)

Miriãm Barboza Lopes, mãe de Davi, conta que neste momento, idas e vindas ao hospital começaram a ficar frequentes. No dia 13 de fevereiro, um laudo dos exames apontava que ele estava com uma lesão na vértebra L3 e por isso, o médico indicou que Davi fizesse fisioterapia. No entanto, não demorou para que seu estado de saúde se agravasse e ele precisasse ficar acamado, sem conseguir mexer do pescoço para baixo.

Nesse meio tempo ele até teve alta, mas só ficava em cadeira de rodas, sem conseguir voltar às atividades.

No dia 4 de março, infelizmente, uma nova recaída. Ele precisou novamente ser internado e dessa vez, o neurocirurgião decidiu investigar, já que não fazia sentido Davi sentir tanta dor na coluna, sendo que não havia se lesionado, caído ou batido a região. Então uma biópsia foi solicitada.

Miriãm conta que o médico informou a família de que, do exame, só poderiam vir dois resultados: um linfoma ou uma infecção óssea.

Enquanto os resultados não ficavam prontos, no dia 21 de março, Davi precisou passar por uma cirurgia. Foram 7 horas e meia, necessárias para colocar 8 parafusos e uma prótese no lugar da vértebra. Após a cirurgia, ele pôde voltar para casa e começou seu processo de recuperação, com fisioterapia e aos poucos, voltou a andar.

No entanto, no dia 17 de maio, quando os resultados da biópsia enfim ficaram prontos, veio a notícia de que Davi, infelizmente, estava com câncer. Os exames apontavam que ele estava com linfoma não Hodgkin tipo B, que normalmente aparece no sistema imunológico ou medula óssea. Assim, a família teve a certeza de que, se o câncer não tivesse migrado para a coluna, eles teriam provavelmente demorado ainda mais para descobrir a doença. Rapidamente Davi começou o tratamento quimioterápico.

Apoio e homenagem dos amigos

Em fevereiro, enquanto Davi estava acamado, ao voltarem para a escola, seus colegas ficaram sabendo que ele não poderia iniciar o ano letivo, devido ao seu estado de saúde. Cheios de solidariedade e esperança da melhora de Davi, seus colegas do grêmio estudantil decidiram fazer uma vaquinha para ajudar com os custos que a família estava tendo com os tratamentos.

A vaquinha permanece ativa e sendo divulgada pela escola. Miriãm conta que ficou muito emocionada com o gesto de carinho e de que desde então, todos da escola fazem questão de acompanhar o caso de Davi.

A vaquinha solidária foi criada pelo grêmio estudantil. (Arquivo Pessoal)

Na semana passada, o rapaz precisou ser internado novamente depois de uma infecção na garganta. Como sua imunidade está fragilizada, segue em casa, de repouso, enquanto continua com os tratamentos quimioterápicos.

“O tratamento quimioterápico, serão de 11 ciclos. Cada ciclo são de 5 dias seguidos… Hoje começou o 3°”, explica Miriãm.

Felizes pela recuperação de Davi e saída da internação para um novo ciclo de tratamento, os alunos da escola decidiram se juntar e organizar uma homenagem para o amigo nesta segunda-feira (7).

Os vídeos divulgados mostram os alunos em roda de oração, numa comoção de boas energias, para que Davi se recupere rapidamente e possa voltar a rotina que tanto sente falta.

“Eu chorei horrores. Eu e meu marido ficamos muito felizes quando recebemos a homenagem. O Davi também! Ele ficou super emocionado! Ele, quando fica eufórico, fala muito, sorri muito e foi assim quando ele viu [a homenagem]. Ele mandou um áudio agradecendo”, relembrou Miriãm emocionada.

O diretor-adjunto do colégio em que Davi estuda explicou que desde o começo os alunos se comoveram com a história.

“Hoje eles fizeram uma roda de oração, compartilharam [a homenagem] para ajudar em corrente de oração no tratamento de câncer”, explica, ressaltando que o grêmio estudantil se mobilizou para que todos conseguissem participar. Cerca de 700 alunos estiveram presente.