O céu azul parece fazer um contraste de cores e deixa a varanda ainda mais bonita. Construída com muito zelo, é o resultado de dois anos de trabalho do funcionário público José Delmiro da Silva, de 50 anos. Quem passa pela casa, na Avenida Podalírio Albuquerque, Vila Rosa, em Iguatemi, a 472 km de Campo Grande, encontra uma entrada alegre, com “cortininha” feita de garrafas pet e tampinhas, cores do chão ao teto, potes recicláveis com plantas e um lindo altar feito por devotos de Santa Luzia.
“A construção toda, a calçada, tudo foi ideia do meu marido, então, ele foi fazendo aos poucos. Durante a semana ele trabalha, é funcionário público e fica entre o ginásio de esportes e a pracinha aqui perto, então, foi pegando as tampinhas e guardando para enfeitar a varanda. O pessoal também sabia que ele estava guardando, então, muita gente foi entregando a ele”, afirmou ao MidiaMAIS a dona de casa Cristina Vieira, de 53 anos.
No meio da quadra, o imóvel destoa dos demais e atrai olhares, a começar pelo portão lilás baixinho, típico de muitas casas no interior, além do número feito de tampinhas em tom pastel. Já a calçada de concreto ganhou recortes de pedra, mistura de cores e verniz. As paredes, da mesma forma, imitam uma muralha com o céu de azul do lado direito e o altar cheio de flores e plantas para a santa.
Ao chegar na varanda, o piso lajota mescla com as paredes da entrada da casa, que se assemelham ao que foi feito no chão. A sombra também é lugar das plantas, algumas penduradas e outras plantadas em um canteiro que as faz receber sol em grande parte do dia. Na lateral da casa, o muro – também de cimento – continua ganhando vida, desta vez imitando a madeira.
“Meu marido fez toda a parte externa. Por dentro da casa, ele apenas pintou a sala, em um tom de rosa bem clarinho e colocou ramos de folhas. Planta é o que mais nós temos, tudo com vasinhos que antes tinham extratos de tomate. Ele tem um talento artístico e o altar é por conta do meu filho, que possui problemas na vista e é bem devoto. Todos aqui somos bem religiosos”, comentou.
A construção do altar, aliás, ocorreu após o que Cristina considera um milagre. “Ele tem este problema na vista e fez uma cirurgia. Antes, não estava conseguindo fazer e aí conseguiu recuperar uma das vistas. Ele enxerga só de um olho e é bem devoto da Santa. É uma casa cheia de significados e detalhes mesmo, nós gostamos de ver como ficou”, finalizou.
Leia também:
Golpe dos 3 mil tijolos fez Reni construir casa de madeira impecável, há 46 anos, em Sete Quedas
Penteadeira de 100 anos e miniarreio são relíquias que todo mundo quer em restaurante de Corguinho
Campo Grande tem duas casas no Centro, com portas secretas e muito privilégio: ‘parece chácara’
