Exatos 3h10 quando a primeira aluna chegou na frente da academia, na Avenida São Nicolau, no bairro Santa Luzia, em Campo Grande. Ansiosa, contou que fez hidratação no cabelo “tarde da noite” e nem conseguiu dormir, assim como as demais. No “dia sem marido e filho”, duas furaram a regra e levaram suas meninas, porém, 13 das 15 mulheres estavam livres, felizes e percorreram 371 km para dançar uma coreografia em um clube aquático.

O passeio ocorreu no último domingo (23) e foi planejado com quase três meses de antecedência, pelo professor Maicon Melo, de 30 anos. “Eu estava percebendo que as mulheres tiram ali, na academia, uma hora de dança para elas, não se preocupam com nada naquele momento. E daí pensei em programar um dia todo para elas, para tomarem um som, comerem o que quiserem, conversarem com as amigas, em um grupo bacana, diversificado como foi este”, explicou ao MidiaMAIS.

Segundo Melo, é necessário não só dançar, mas, também trabalhar o empoderamento da mulher. “Elas precisam se olhar, se gostar, se achar bonita. São pessoas reais, que fazem dança e treinam, mas, não possuem um monte de cirurgia plástica e procedimento estético. E são poderosas. O foco é realmente trabalhar a autoestima feminina. E foi mais que isso, foi uma terapia”, finalizou.

Pedagoga diz que se divertiu e ficou feliz “igual criança”

Kátia em diversos momentos no clube aquático. Foto: Kátia Queiroz/Arquivo Pessoal
Kátia em diversos momentos no clube aquático. Foto: Kátia Queiroz/Arquivo Pessoal

A pedagoga Kátia Queiroz, de 43 anos, é quem chegou primeiro. Ela levou a filha Clara. “A ideia desta viagem foi maravilhosa. Nosso professor é um grande incentivador de mulheres. Ele nos motivou e, mesmo com algumas desistências, aconteceu nossa tão esperada viagem ao maior parque aquático da américa latina, no interior de São Paulo”, comentou.

De acordo com Kátia, na maior parte do tempo ela está se dedicando aos filhos e “pagando boletos”. “Temos que ser nossa própria incentivadora, nos mimar mais, nos permitir ao novo, novas amizades. Tive momentos fantásticos no parque, fui nos brinquedos, toda feliz igual uma criança, até nos mais radicais eu fui. Uma pena que passou tão rápido”, lamentou.

‘Um dia todo sem se preocupar com nada é muito bom’, fala Juci

Algumas das imagens que o professor fez com as alunas. Foto: Montagem/Jornal Midiamax

A dona de casa Jucimare Rodrigues Cardoso Diogo, de 28 anos, deixou marido e filho em casa. “Muito bom sair da zona de conforto e ter um dia de lazer. Marido e filhos são bênçãos nas nossas vidas, mas, um dia todo sem se preocupar com nada é muito bom também. E as meninas se conheceram melhor, foi algo bem bacana e especial”, avaliou Juci, como é conhecida.

A secretária Fany Santos, de 22 anos, comentou que, há bastante tempo, não se sentia tão feliz. “Vi uma alegria genuína nas meninas, estávamos todas rodeadas e uma realmente aproveitando a companhia da outra. Até fui lá no grupo postar que foi ótimo conhecer todas, mulheres incríveis e muito poderosas”, argumentou.

Mulheres precisam de experiência de carinho e amor próprio, diz jovem

Aluna durante um dos passeios no clube aquático. Foto: Graziela Rezende/Jornal Midiamax

Conforme a jovem, foi “um dia delas, para elas e por elas”, realmente necessário. “Foi uma experiência de carinho e amor próprio, a qual nos permite lembrar que, independente das obrigações e compromissos do dia a dia, a vida é feita pra ser vivida e sentida, com muito amor e alegria. Já estamos ansiosas para o próximo encontro”, finalizou.

No clube, assim que chegaram, as meninas procuraram lugares e logo foram conhecer a praia artificial. Totalmente disposto, o professor tirou foto para cada uma delas, indicando poses, depois o grupo se dispersou para intercalar entre os brinquedos, enquanto outras foram tomar sol e papear.

Mais tarde, foram degustar o almoço e depois retornaram ao quiosque. Algumas pediram drinks, enquanto outras escolheram por bebidas não alcoólicas. Ao final do dia, o professor dançou a coreografia e depois o grupo se preparou para retornar. Detalhe que a viagem teve um pequeno atraso, um “perrengue chique” porque o motorista foi ajudar o dono de uma caminhonete.

‘Tentativa de cantada’ em parada virou motivo de risada

E uma fofoca de bastidores também. Na parada, em Três Lagoas, região leste do estado, o motorista abriu a porta da Van e logo a mulherada foi descendo. Enquanto isso, três homens sentados em uma mesa chamaram o motorista. Eles disseram: “Eita, como que faz pra andar com tanta mulher bonita assim?”. Ao que ele não deu muita conversa e respondeu: “Pagando bem, qualquer um”.

Ao seguir viagem, o motorista contou o fato para a mulherada e isso foi motivo de muita risada. Mas, como “água cansa”, logo as luzes se apagaram e todas dormiram. Quase meia-noite de domingo (23), o veículo novamente estaciona na frente da academia. Muitos homens já estavam com carros e motos estacionados, aguardando suas namoradas e esposas. Outras, solteiras, chamaram o carro por aplicativo. Cansadas, porém, renovadas para iniciar a semana.

Veja aqui alguns momentos da viagem:

E você, tem algum passeio “mara” que quer nos contar?

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