Graduação EAD é preferência entre a maioria dos estudantes, aponta Censo
Escolha pela opção cresceu 400% nos últimos dez anos
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Nos últimos dez anos, o índice de alunos ingressantes em cursos de graduação na modalidade Educação a Distância (EAD) aumentou 428,2%, enquanto que nos cursos presenciais houve queda de 13,9% no mesmo período, segundo Censo de Educação Superior de 2020, divulgado em fevereiro desse ano. Atualmente, a modalidade é a preferida por 53% dos estudantes do ensino superior no Brasil.
Aos 30 anos, a estudante do 3º semestre de Nutrição EAD, Thaís Coelho, cursa pela primeira vez a faculdade e aprova a modalidade de ensino que está facilitando sua vida. “Escolhi EAD pelo valor porque é mais acessível e pelo tempo. Eu tenho um bebê e, quando resolvi fazer faculdade, no meio da pandemia, pensei que o curso EAD seria a melhor opção para mim”, explica Thaís, que mesmo ainda se adaptando à vida de universitária, não pretende estudar presencialmente. Na sua experiência com o ensino à distância, a estudante de Nutrição acredita que a modalidade é ideal para pessoas proativas.
“Vejo que algumas pessoas têm dificuldades com EAD porque esperam que a faculdade mande mensagens com avisos durante o curso, mas tem que partir do aluno a iniciativa de acessar o Blackboard (plataforma virtual) para verificar se tem avisos lá. A diferença é essa, se na faculdade tem um mural que você olha todo dia para ver se tem comunicado, no EAD esses avisos ficam na plataforma e é o próprio estudante quem tem que olhar diariamente para se informar”, opina Thaís.
Formato vai evoluir ainda mais, acredita coordenadora
Até 2020, ano do último Censo da Educação Superior, existiam 2.457 instituições de ensino superior no Brasil, das quais 2.153 (87,6%) eram privadas e 304 (12,4%) públicas. Nesse contexto, a oferta de vagas no EAD também aumentou impulsionada pela credibilidade dos cursos à distância, implicando em um aumento de 30% (13,5 milhões) em relação a 2019, enquanto os cursos presenciais em todo ensino superior avançaram 1,3%.
Carine Mello, coordenadora dos cursos de Educação a Distância da Universidade Cruzeiro do Sul, polo Lauro de Freitas (BA), avalia que essa é uma tendência que vai continuar avançando. “Acredito que o EAD vai evoluir mais ainda, a procura está sendo grande, e uma vez que o aluno se adapta, dificilmente tem vontade de enfrentar uma sala de aula. Escolhendo uma faculdade de qualidade, você otimiza o seu curso à distância. Por isso, acredito que a modalidade só tem a crescer”.
Experiente à frente de diversas turmas EAD, Carine enxerga o potencial dessa modalidade pela viabilidade econômica e economia de tempo proporcionada. “Muitos dos alunos que estudam à distância trabalham, têm outras atividades e os cursos EAD são feitos para se ajustar à realidade deles. Outra questão que contribui para a grande procura é que os cursos são até 70% mais baratos do que os presenciais”, explica a coordenadora.
Na visão da docente, o EAD se potencializou na pandemia, mostrando a necessidade de aperfeiçoar a modalidade. “Quando se fala em EAD, precisamos de uma estrutura de vídeo, design gráfico, filmagem… coisas que as faculdades com cursos presenciais não conseguiram se adaptar a tempo. Por isso, vimos que para oferecer um bom curso à distância tem que ser uma universidade preparada para poder ofertar todos esses materiais com qualidade”, destaca ressaltando, ainda, que qualquer pessoa pode se adequar ao EAD, mas o perfil de que procura mais os cursos é de pessoas que já estão no mercado de trabalho, na faixa etária acima de 30 anos.
Seis em cada 10 professores no Brasil se formaram via EAD
Uma pesquisa divulgada pelo Todos Pela Educação, no último dia 21 de julho, aponta que 60% dos professores formados em 2020 no Brasil fizeram graduação à distância. O número de formados em cursos de Pedagogia e Licenciatura EAD cresceu 109,4% na rede privada entre 2010 e 2020. Neste mesmo período, na modalidade presencial, a formação para esses cursos diminuiu tanto na rede pública quanto na rede particular.
Comparada às outras áreas na modalidade EAD, de 10 alunos concluintes de cursos de formação inicial em docência, no Brasil, seis são na modalidade EAD (61,1%). Nas demais áreas, esse número é inferior a três em cada dez, correspondendo um percentual de 24,6%.
Segundo o levantamento, na última década o número de estudantes que concluíram a graduação à distância aumentou 109,4%. O crescimento mais expressivo ocorreu nos últimos dois anos, período marcado pela pandemia de Covid-19. Neste período, o número de concluintes na modalidade presencial, tanto na rede pública como na rede privada, diminuiu, com queda mais acentuada na rede privada presencial.
A professora de Português Raquel dos Santos, 38 anos, se formou em Letras na modalidade presencial e optou pelo EAD para a sua segunda formação, dessa vez em Nutrição. Segundo ela, a flexibilidade de horário e o valor mais acessível foram levados em consideração para a sua escolha. “A minha experiência com a graduação EAD está sendo muito boa. Em alguns momentos, não consigo assistir em tempo real as aulas por algum outro compromisso, mas poder assistir posteriormente é ótimo! Pelo fato do curso ser uma nova área para mim gera um pouco de dificuldade, mas mesmo assim estou gostando. Além disso, a faculdade dá um bom suporte para os alunos”, avalia Raquel.
Bolsas de estudo para cursos EAD
Para facilitar a vida de quem pretende se qualificar, o Educa Mais Brasil, maior programa de inclusão educacional do país, disponibiliza bolsas de estudo para cursos EAD e presenciais com até 70% de desconto nas mensalidades para diversos cursos em parceria com milhares de instituições em todo o país. Há bolsas para graduação, pós-graduação, cursos técnicos, de idiomas, educação básica e preparatórios para vestibulares.
Para conquistar uma bolsa pelo programa não é necessário ter nota do Enem ou comprovar renda. Basta acessar o site e conferir as oportunidades disponíveis na sua região.
Fonte: Agência Educa Mais Brasil
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