Em passagem por Campo Grande, ‘menina dos Tsurus’ fala sobre poder dos pássaros de papel
Com os tsurus, Lígia ficou à frente de várias ações sociais de solidariedade no Estado e ao redor do mundo
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A escritora Lígia Oizumi, conhecida como ‘menina dos Tsurus’, tem uma grande conexão com Mato Grosso do Sul. Aqui, ela encantou muitas pessoas com a técnica de origamis e, inclusive, incentivou várias ações sociais para levar alegria por meio das dobraduras de papel ao redor do mundo. Morando em Nova York no momento, ela está de passagem por Campo Grande e se surpreende de como seu trabalho com os pássaros de papel impactou muitas vidas ao longo dos anos.
Ao Jornal Midiamax, ela contou que chegou à Capital em dezembro do ano passado para apresentar o filho, Luka — nascido nos EUA — à família. Na hora de recordar sobre toda a trajetória da sua vida aqui, diz se sentir muito grata por ter feito o trabalho dos origamis.
“Voltar para Campo Grande depois de tanta coisa linda e especial que aconteceu na minha vida […] é como se eu tivesse vivido um sonho. Eu fico olhando os tsurus, todas as pessoas que me ajudaram no projeto e tanta gente maravilhosa que conheci por tantos lugares que eu passei”, recorda.
Foi por meio dos tsurus que Lígia ficou à frente de várias ações sociais para levar solidariedade aos necessitados.
Em 2017, a escritora do livro ‘Felicidade na Prática’ falou sobre a ação ‘Manifeste seu Amor por Chapecó’ à equipe de reportagem. Na época, Líga reuniu voluntários aqui em MS para levar 15 mil origamis em formato de coração e tsurus em apoio à campanha feita por voluntários de lá, para entregar aos torcedores após tragédia de avião que matou os jogadores. Segundo ela, era um ato de compaixão.
Assim, os origamis que saíam de MS sempre chamaram bastante atenção ao redor do mundo, especialmente por causa da mensagem transmitida. Para ela, o pássaro de papel é algo simples, mas que tem um significado muito precioso.
Vidas transformadas
Muitas vidas foram transformadas pelo trabalho de Lígia. Uma dessas pessoas é a empreendedora Aline Gregório, de 24 anos. Ela conheceu a escritora em Campo Grande com a campanha ‘1000 Tsurus por Um Desejo’, em meados de 2016.
Na época, Aline era adolescente e cumpria pena em uma Unei (Unidade Educacional de Internação), havia sido transferida de São Paulo e tinha perdido a mãe.
“Estava com depressão e queria apenas ficar no quarto. Aquele momento achei que seria um ciclo vicioso, que não iria sair de lá e nunca ia poder ter minha liberdade de volta. Um dia a Lígia apareceu apresentando o projeto dela. Ela não só ensinou a dobrar um pedaço de papel ou a confeccionar um origami, me ensinou a ter calma, paciência e a buscar a esperança. Quando fiz os tsurus vi que ainda tinha esperança, que nunca é tarde demais, que eu ia sair dali e mudar de vida”, disse Aline.
Depois que saiu da Unei, Aline continuou o trabalho e ajudou na campanha de Chapecó (SC).
O carioca Alessandro do Nascimento, 41 anos, conheceu Lígia enquanto cumpria pena na Penitenciária Central do Estado — Unidade de Progressão (PCE-UP) de Curitiba, no Paraná. Após conhecer o trabalho da escritora, afirma que também aderiu aos tsurus.
“Aquilo tocou a mim e aos demais, e resolvemos entrar e ajudar a Lígia a confeccionar os tsurus que foram para o Japão. Eu cumpri minha pena, e hoje vivo com minha família em paz”, relembra. Atualmente, Alessandro afirma que segue produzindo os origamis e entrega para as crianças da sua comunidade.
Para Lígia, ver a vida de pessoas transformadas por causa do seu trabalho é uma missão cumprida. “Foi uma permissão de Deus eu estar nesses lugares, tanto na Unei quanto nos presídios, nos hospitais que visitei. Ler os relatos deles só me traz alegria e significado pra minha vida […] toda a minha história tem algo para dividir com o meu filho, de poder mostrar pra ele essas pessoas que dobraram o tsuru e, de alguma forma, tiveram suas vidas mudadas”, diz, emocionada, ao Midiamax.
Dedicada à maternidade
Apesar da forte atuação de cunho social, Lígia afirma que, no momento, está 100% focada na maternidade. Morando em Nova York com o filho Luka e o esposo, Alex, ela se dedica à criação do pequeno, à divulgação do livro ‘Felicidade na Prática’ — já lançado — e está escrevendo um novo.
“Eu só tenho a agradecer os tsurus porque através deles viajei por muitos lugares no mundo e pude chegar a Nova York, e foi lá que eu conheci o meu amor. E de lá, através do nosso amor, o Luka nasceu”, conclui. De passagem por Campo Grande, Lígia ainda contou que está aproveitando a estadia para aproveitar ao lado da família, mostrar onde nasceu ao filho e ensinar as crianças da família sobre a confecção dos tsurus. Assim, a técnica será passada de gerações.
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