Casal do MT viaja 493 km de moto toda semana para viver da arte: ‘Apaixonados por Campo Grande’

Apesar de enfrentarem a estrada durante meses, os dois acreditam que todo esforço vale a pena

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Foto: Arquivo pessoal

Campo Grande é desde muito tempo representada por seus artesãos. Pessoas que amam o que fazem e expressam a arte com criatividade, paixão e ainda podem obter renda extra com as peças, de qualidade e personalidade única. O esforço já rende mais de mil reais mensais para o casal mato-grossense Gabriel Andrade e Daia Ananias, de 25 e 32 anos, respectivamente. Na ‘luta’, eles ainda buscam reconhecimento pelo trabalho.

Dessa forma, visitam semanalmente os bares para venderem as peças exclusivas, saindo de Rondonópolis (MT) até a capital sul-mato-grossense, em uma distância de quase 500 quilômetros. Ao oferecer ao público, contam que o artesanato é feito de acrílico, com itens da natureza como flores e pedrarias naturais. Mas durante a conversa, a distância percorrida por eles também chama muito a atenção.

Gabriel contou ao Jornal Midiamax, que prefere vender seu produto em Campo Grande, pois encontrou aqui um público mais receptivo do que em sua cidade natal. “A galera aqui teve uma aceitação muito legal. A gente abraçou isso e focamos mais na venda de rua”, explicou o músico.

Os mato-grossenses estão juntos há pouco mais de dois anos e se conheceram durante a pandemia. Gabriel se encantou pelo trabalho de Daia. Além do artesanato, o casal já trabalhou com música em boates da capital morena e já se apresentou em outros estados brasileiros.

No período de pandemia, Daia estudava remotamente, então a locomoção até Campo Grande era tranquila, mas com a volta das aulas presenciais, os músicos precisaram buscar meios para conseguirem viajar. Do ônibus, passaram a viajar de moto.

Em seguida, eles oficializaram o romance. “No começo era difícil conciliar as viagens, já que eram feitas de ônibus: Eu morava em Campo Grande quando começamos a namorar, então a Daya sempre viajava pra Campo Grande e eu sempre para Jaciara (MT), quando ela não podia ir. No final do ano, passamos a morar juntos e mudamos em janeiro para Rondonópolis (MT), com a intenção de ficar mais perto da mãe dela, que está com câncer. Além disso, Daya queria terminar a faculdade e eu fazer meu cursinho, visto que em Rondonópolis é mais barato”, argumentou.

Apesar de enfrentarem a estrada durante esses meses, os dois acreditam que todo esforço vale a pena, principalmente porque Campo Grande é uma cidade que sempre os recepcionou bem e Gabriel fala do sonho em se mudar, assim que a namorada se formar.

“Chegamos ao ponto de: ou casamos, ou terminamos o namoro. Eu encontrei nela uma pessoa tão parceira, tão incrível e tão parecida comigo, como nunca havia encontrado antes, que seria uma bobeira muito grande não pedir ela em casamento”, brincou.

Artesanato além da renda extra

Gabriel acredita que vender as peças, é investir no futuro de sua família. “Admiro o trabalho da Daya, ela é artesã há mais tempo que eu, me apaixonei pelo trabalho dela, tanto que abracei esse projeto e sugeri que isso virasse uma forma de renda mesmo”, relembrou.

O objetivo do casal é tornar a loja uma fonte de renda principal. “Ainda estamos estudando maneiras de fazer a empresa crescer. No momento, nossos maiores meios de marketing são a nossa página no Instagram e o boca a boca na rua, apresentando o trabalho para as pessoas e vendendo também em bares e feiras. Estamos reservando um dinheiro para investir em publicidade e talvez para, em breve, colocar as peças em lojas colaborativas. Mas nosso sonho mesmo é viajar o Brasil vendendo nosso trabalho”, finaliza Gabriel.

Atualmente, a rede social do casal atingiu mais de 10 mil de seguidores, onde vendem para todo o Brasil:

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Uma publicação compartilhada por Ateliê Amarelo Ocre (@amareloocre)

*Matéria supervisionada pela jornalista Graziela Rezende

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