Orgulho da cultura sul-mato-grossense, Conceição dos Bugres tem obra exposta no Masp
Mostra reúne 136 obras e pretende resgatar a história da artista que atuou em Mato Grosso do Sul
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Levando o título de “Conceição dos Bugres: tudo é da natureza do mundo”, a exposição individual da obra da Conceição que o Masp começou a oferecer ao público este mês é a primeira exposição monográfica num museu dedicada à obra de Conceição Freitas da Silva, a Conceição dos Bugres, falecida em 1984.
Para o diretor-presidente da Fundação de Cultura de MS, Gustavo de Arruda Castelo, a exposição, que fica em cartaz até o dia 30 de janeiro de 2022, mostra a relevância dessa artista indígena que é um orgulho para a cultura sul-mato-grossense.
“Nós da Fundação de Cultura estamos extremamente felizes com essa exposição nesse importante museu que é o MASP. Com certeza, suas obras mostrarão para ainda mais pessoas como nossos artistas são talentosos e como nosso Estado tem identidade cultural rica e diversa”, diz Gustavo.
Mariano Antunes Cabral Silva, o neto de Conceição e quem continuou seu trabalho, contou que os bugres surgiram devido a um sonho de Conceição. “Minha vó sonhou, levantou-se do sonho e daí pegou uma rama de mandioca e viu que parecia um bugre. Fez um rosto na rama de mandioca. Começou assim, depois ela trocou a rama pela madeira, porque aquele material ia apodrecer”, revela.
Mariano, que começou a ajudar sua avó com os bugrinhos aos oito anos, diz que ficou muito alegre com a exposição das obras de Conceição no Masp: “Fico muito alegre, é uma coisa boa minha avó em São Paulo, fico feliz. Por causa da pandemia ainda não fui ver exposição, mas estou planejando ir, aliás, não vejo a hora de poder ir”, afirma.
Produtora cultural, Thaís Pompeu explica que as obras da Conceição que estão no Masp já estavam em SP, via colecionador e acervo de galerias e museus, e foi ela quem fez a intermediação entre a família e o museu. “Eles tinham muita dificuldade em falar e conseguir evolução com a família, aí fui contratada para ajudar nesse meio de campo, uma vez que a curadora-assistente não pode vir para cá por conta da pandemia”, conta.
“E isso, pra arte de Mato Grosso do Sul, talvez se compare ao momento em que o Humberto Espíndola esteve na Bienal de Veneza, ou na Bienal de Arte de São Paulo, mas que é o que muitos artistas lutam, pelo menos pra romper as fronteiras do Estado, isso a Conceição já tinha feito, agora ela vai ganhar mais visibilidade, não apenas para a obra da Conceição, mas para a visibilidade das artes de Mato Grosso do Sul. É um momento que deveria ser aproveitado. É uma pena que ela não esteja viva para desfrutar de todo esse sucesso e de todo esse reconhecimento”, finaliza.
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