Novo decreto com 50% da ocupação não anima produtores de eventos em Campo Grande
Grande parte prefere manter os eventos nos moldes de emergência planejados na pandemia ou até adiados pela imprevisibilidade da doença no país
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Após novo decreto publicado no dia 13 de maio de 21 pelo Governo de Mato Grosso do Sul, a ocupação em eventos, shows, reuniões e festividades passou de 30% para 50% do público autorizado. A medida foi tomada com base no 44º Relatório Situacional apresentado ao Comitê Gestor do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança da Economia).
A medida altera uma antiga decisão estadual, de 31 de março deste ano, que limitava os eventos a apenas 50 pessoas. Mas mesmo diante desse aumento, produtores de eventos de Campo Grande ainda não se animam com o possível retorno gradual.
Conforme o novo decreto, as “realização de eventos, reuniões e festividades em clubes, salões, centros esportivos e afins” devem respeitar “a limitação de atendimento ao público de, no máximo, 50% da sua capacidade instalada; do distanciamento mínimo de 1,5 m (um metro e meio) entre as pessoas presentes no local; do protocolo de biossegurança aplicável ao setor”.
Tempo de planejamento
Segundo Milaine Gerin, do buffet infantil Jumboloo Park, a falta de tempo hábil para organização dos eventos e fechamento de contratos é o principal problema do ramo durante a pandemia. Mesmo tendo continuado com os serviços durante a pandemia respeitando os limites e protocolos de biossegurança, o mercado não é mais o mesmo. Segundo ela, todos eventos são planejados com meses de antecipação, e não funcionam como outros serviços que retornam pontualmente com as novas decisões.
“Em abril, quando houve a proibição ao nosso setor, todas as mães pediram cancelamento e estorno dos seus valores pagos. Tivemos uma perda muito grande para abril/maio e junho. Então, não funciona igual um restaurante que quando é autorizado a volta das atividades, logo tudo é resolvido. Mas tudo voltará ao normal com a vacina!”, explica a empresária esperançosa.
A cerimonialista de casamentos Regina Maia também ressalta que a procura de orçamentos após a publicação do novo decreto Estadual para casamentos mais intimistas aumentou, mas ainda sim com incertezas para os eventos dos próximos meses.
“Tenho um casamento para julho em que os noivos estavam super preocupados por causa da quantidade de convidados. Mas com essa liberação se sentiram bem aliviados, ainda fica a preocupação no quesito de que não pode ter pista ainda. Fazem todo aquele planejamento e querem curtir a festa toda. Principalmente se jogando na pista com uma boa música”, explica a cerimonialista sobre a decisão de muitos casais em adiar ao máximo as cerimônias.
Segundo Regina, os próximos meses ainda se mostram incertos, principalmente pela incerteza que traz a vacinação e contágio do coronavírus no Estado e no país. A cerimonialista explica que o planejamento sempre é muito cauteloso visto que alguma mudança brusca pode acontecer a qualquer momento pelas autoridades.
“Estamos bem cautelosos para não correr riscos de haver mais cancelamento e adiamentos de contratos. Em vários momentos não sabemos nem o que responder aos noivos. Precisamos passar confiança a eles, pois somos como maestro no evento”, reitera.
Ocupação x distanciamento
Para os shows em teatros e arena, o produtor cultural Leonardo Alencar, da empresa Realiza Shows, reitera que a necessidade do distanciamento torna o aumento de público inviável. O Palácio Popular da Cultura, por exemplo, que tem capacidade máxima de 1000 pessoas, estaria apto a receber 500 espectadores, pela porcentagem de público autorizada. Apesar disso, o também necessário distanciamento de 1,5m, faz com que esse número caia para 130 pessoas apenas, o que torna um evento de grande porte inviável.
“Acredito que eventos ao ar livre e buffets possam tirar maior proveito do novo decreto. Todos os nossos eventos foram adiados, mas nenhum cancelado ainda”, explica o empresário que espera a normalidade para trazer Zeca Baleiro, Thiago Ventura, Afonso Padilha e o grupo Os 4 amigos a Campo Grande.
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