Já sei, você tirou sua Carteira Nacional de Habilitação, mas nunca teve coragem de entrar em um carro só e sair por aí dirigindo? Ou ainda, na estrada em alta velocidade? Saiba que é um problema mais comum do que parece! Amaxofobia, ou medo de dirigir, resulta em um pico de estresse ou ataques de ansiedade ao dirigir, ou mesmo em antecipação. Como explicar isso? Quais são os sintomas dessa fobia? Quais soluções para superar a amaxofobia?

Amaxofobia é nome clínico dado ao medo irracional de conduzir ou de andar de carro. Essa palavra é composta do termo grego “amaxo”, que significa “veículo” e “fobia”, que significa medo. Essa é uma fobia ainda desconhecida, da qual pouco se fala, atinge pessoas que são acometidas em diferentes níveis de medo, do leve ao forte, ou seja, a incapacidade total de dirigir. No entanto, de acordo com o estudo do instituto MAPFRE de segurança viária em 2005, 33% da população sofre de amaxofobia: 64% são mulheres e 36% são homens.

A amaxofobia costuma estar ligada à agorafobia, a fobia de se encontrar em espaços, lugares dos quais seria difícil escapar. A pessoa amaxofóbica costuma ter medo da rodovia e das linhas principais. Porque não há escapatória, é preciso avançar a todo custo e é muito mais difícil parar diante de problemas ou angústias. Uma fobia nem sempre compreendida por aqueles ao seu redor.

Sintomas e causas

Amaxofobia se manifesta como ansiedade quando a pessoa é confrontada com a situação. Os sintomas são físicos e se assemelham a um ataque de ansiedade: garganta seca, palpitações, tremores, aperto no peito, mãos suadas, distúrbios visuais, suor excessivo, perda de confiança no corpo… Eles podem ocorrer quando você está ao volante, no banco do passageiro ou mesmo ao se aproximar de um carro. Além disso, a pessoa desenvolve ideias angustiantes: medo dos outros usuários, medo de não saber dirigir, medo de adormecer ao volante, de ter um ataque de ansiedade

A origem desse medo difere dependendo da pessoa, de sua experiência e de sua história pessoal. As causas podem ser múltiplas. Amaxofobia pode ser devido a trauma relacionado à direção. Um acidente, um risco de acidente, um familiar que morreu no carro… Isso pode ser distanciado: a simples história de um acidente vivido por um familiar pode ser suficiente para gerar pânico e medo de dirigir.

Existem várias hipóteses, como o medo do confinamento, da insegurança ou do infinito. Além disso, o medo de não se sentir bem ou de ter um ataque de pânico pode criar um comportamento de evitação. Ter um ataque de pânico ou sentir-se mal ao dirigir pode causar traumas. A pessoa inconscientemente registra que poderia recomeçar e o medo está relacionado, em última instância, com o ataque de ansiedade, mais do que com a direção. O medo de repetir um novo ataque enquanto dirige a leva a evitar essa atividade.

Como superar? 

Duas soluções estão disponíveis para superar a fobia de dirigir: terapia comportamental e cognitiva (TCC) e terapia de realidade virtual (TRV). A terapia cognitivo-comportamental ajuda a identificar e compreender o seu medo, trabalhando com as emoções, pensamentos e comportamentos associados. Esse tipo de tratamento permite modificar as representações mentais disfuncionais que estão na origem da fobia. O objetivo é expor gradativamente o paciente ao seu medo com a ajuda de exercícios preparados e repetidos..

A terapia de realidade virtual (VRT) também pode ser uma solução para aos poucos voltar ao volante. Equipado com capacete 3D, volante e pedais, o paciente vive uma situação virtual, portanto em segurança com o psicólogo e de forma preparada e progressiva. Existem várias situações de exposição possíveis (dia, noite, nevoeiro, chuva, etc.). O psicólogo também recomenda outras abordagens complementares como a psicoterapia existencial, baseada na psicofilosofia e permitindo questionar-se, a própria existência, o sentido da vida e a terapia analítica para compreender a origem da fobia.