O incêndio que atingiu um galpão da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, nesta quinta-feira (29), chamou atenção da população sobre os cuidados que os governantes estão tendo com os acervos históricos das suas respectivas cidades. Por vezes esquecidos e deixados de lado, o Midiamax foi atrás dos responsáveis pelos principais acervos em Campo Grande para entender como está a situação de cada um.

Isso porque, em 2018 e 2019, reportagens abordaram a falta de cuidado que a Arca (Arquivo Histórico de Campo Grande) estava sofrendo, uma vez que se encontra em um prédio alugado no centro da cidade que oferece riscos iminentes ao acervo, dentre eles, de incêndio.

Localizado na Rua Pedro Celestino, o espaço sofre com falta de manutenção, sobretudo na parte elétrica, e expõe a risco de incêndio que pode acabar com o acervo histórico da Capital, como livros, imagens raras, cartas cartográficas e outros documentos históricos relevantes.

Na época, a própria gerente de Patrimônio da , Lenilde Ramos, admitiu a necessidade de mudar o acervo de lugar. Segundo ela, a parte elétrica seria apenas um dos fatores de inadequação, já que o prédio atual também impediria, por exemplo, a expansão do acervo.

“A parte elétrica é apenas um dos detalhes. A própria estrutura do prédio atual é inadequada para guardar esse acervo, o que impede, por exemplo, a expansão dele. Quando assumimos [a Sectur], encontramos o Arca num estado de abandono total. Estamos cientes dos riscos e já obtivemos aval para alugar um prédio que pudesse comportar esses materiais temporariamente”, explicou Lenilde na época da reportagem.

Em 2019, nenhuma mudança aparente. O acervo continuava nas mesmas condições conforme apurado pelo jornal. A Sectur destacou que entre os impeditivos da mudança estava o contrato de aluguel da atual sede, que seguia em vigência. Sem mais detalhes, ficou apenas a esperança de que o acervo histórico fosse para outro local provisório à espera da revitalização da Rotunda Ferroviária que, por sinal, teve o projeto avaliado e aprovado há algumas semanas.

Depois de três anos desde os riscos no local já haviam sido detectados, a Sectur informou nesta sexta-feira (30), em nota, que equipe está há 3 meses tramitando o processo de aluguel do imóvel que vai acomodar a sede do Arquivo Histórico. O mesmo está em fase de conclusão para assinatura do contrato.

“O novo prédio é uma edificação com característica contemporânea, toda adaptada, com acessibilidade e bem localizada. Esperamos nos próximos meses finalizar o procedimento e iniciar o processo de mudança de espaço”, ressaltaram sobre a atual situação da Arca.

A equipe de reportagem também foi atrás da Fundação de Cultura Mato Grosso do Sul () para saber qual a situação do de Arte Contemporânea e o Centro Cultural José Octávio Guizzo. Em nota, eles informaram que “ambos estão fechados e aguardando os trâmites para iniciar as reformas previstas na Retomada MS. Demais informações vamos coletar junto a equipe técnica”, disse, sem mais detalhes.