(Des)Harmonização facial vale a pena? Especialistas tiram dúvidas sobre polêmicas no procedimento

Intervenção tem sido cada vez mais popularizada por famosos, como Flávia Pavanelli, Gabi Martins, entre muitos outros

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Procedimento estético que gera muitas dúvidas e medos, a harmonização facial tem se estabelecido nos últimos anos como uma das principais formas de intervenção na “beleza”.

Segundo dados do Google Trends, o termo “Harmonização facial” teve um aumento de 450% nas buscas em 2020. “Preenchimento labial”, “aplicação de Botox e “ácido hialurônico na boca”, também estiveram entre as palavras mais procuradas no Google no ano passado, durante a pandemia.

O número de procedimentos de harmonização facial entre 2014 e 2019 cresceu de 72 mil para 256 mil ao ano, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. As redes sociais tiveram um papel importante na popularização da harmonização facial, mas o que pouco se fala é sobre os perigos do procedimento.

Web comparou Wesley Safadão ao Ken Humano após procedimento (Reprodução)

 

Valores na Capital

Em média, no Brasil, o procedimento pode custar de R$10 mil a R$20 mil, e o valor depende da quantidade de ampolas do componente que será utilizado, afirma o cirurgião plástico Bernardo Ramalho ao Universa UOL.

Para saber quanto custa “harmonizar” a face em Campo Grande, o Jornal Midiamax perguntou às clínicas que realizam a intervenção na Capital, mas todas afirmaram não poder informar estimativas de preços.

“É preciso passar por uma consulta de diagnóstico. Cada caso é cada caso, tudo é muito individual. Não existem valores gerais. A gente tenta entender o que o paciente almeja e determinar qual o tipo de tratamento mais indicado”, explicou uma secretária à reportagem.

“Nós não passamos assim. A gente é proibido. O conselho de ética de odontologia proíbe passar qualquer valor dessa forma porque é muito complexo, cada paciente tem um histórico”, informou outro responsável por agendamentos.

“Harmonização facial é um conjunto de procedimentos em geral não-cirúrgicos que promovem a melhora na harmonia da face”, diz o cirurgião plástico Wendell Uguetto

Benefícios

Especialistas e entusiastas desse procedimento concordam que o maior benefício tem a ver com autoestima. Quando a pessoa se olha no espelho, vê o resultado e fica feliz, se sentindo melhor e mais bonita, não tem preço que pague.

Os resultados de Gabi Martind e Thierry (Reprodução)

Além disso, os métodos usados para harmonizar o rosto são menos invasivos que as cirurgias plásticas convencionais. Por não ser uma operação, a recuperação é rápida e o paciente não costuma sentir muito.

Por agredir pouco a pele e o organismo e não debilitar seus entusiastas, a harmonização tem despontado entre os procedimentos estéticos mais requisitados no Brasil.

Riscos

Na grande maioria das vezes, é um procedimento seguro, porém demanda habilidade e capacitação do profissional médico, pois podem ocorrer complicações graves e estas não podem ser desconsideradas.

Gretchen após inúmeras intervenções no rosto (Reprodução)

Segundo a especialista Súrya Vasselai, o risco mais grave é de oclusão arterial por injeção inadvertida de produto dentro da artéria ou por oclusão extrínseca devido excesso de produto no local – causando compressão do vaso, o que pode acarretar em necrose de alguma região face e dependendo da região, até cegueira.

Outro risco importante é a aplicação incorreta do produto, o que pode gerar o efeito contrário do esperado, ou seja uma assimetria na face ou exageros. Podemos ainda citar como risco a infecção no local da aplicação, que pode ser bastante grave e também deixar sequelas.

“O exagero nas aplicações é outro ponto de alerta. O paciente precisa passar por uma análise de medidas e com ele entender a necessidade ou não do preenchimento e em qual local existe a necessidade de volumizar”, explica a médica otorrinolaringologista e especialista em cirurgia plástica da face.

Lucas Lucco tentou reverter a harmonização facial alegando que perdeu suas feições naturais (Reprodução)

A alergia a componentes do produto, embora rara, é uma contra-indicação absoluta do paciente em realizar os preenchimentos faciais. “Se o paciente estiver com a doença autoimune controlada e tratar a acne ou a alergia no local da aplicação é possível fazer o procedimento, sendo consideradas as contra-indicações relativas”, detalha. 

Antes de realizar o procedimento, o paciente precisa buscar informações sobre a clínica e o profissional responsável pela harmonização. “Um bom profissional vai minimizar os riscos e o paciente sairá satisfeito e sem nenhum dano à saúde. O paciente vai se sentir mais bonito e com a autoestima elevada. As complicações podem acontecer, porém um profissional capacitado irá identificá-las e corrigi-las prontamente, de forma a minimizar os danos e sequelas”, finaliza.

 

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