De aquidauanense, Maksoud Plaza fecha as portas em SP após falência e briga por herança
Neto e filho de Henry Maksoud protagonizaram escândalo pela herança do ícone da hotelaria brasileira
Arquivo –
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Depois que o empresário Henry Maksoud morreu aos 85 anos em 2014, vítima de câncer, o hotel do qual era proprietário em São Paulo, assim como toda sua herança, passaram a ser alvo de uma grande briga entre seus herdeiros, conforme noticiou Paulo Sampaio, da blogsfera UOL, ainda em 2017, apenas três anos após o falecimento do sul-mato-grossense.
Descendente de libaneses, Henry Maksoud nasceu em Aquidauana, em Mato Grosso do Sul, no ano de 1929, mas construiu toda a sua carreira em São Paulo, onde chegou aos 15 anos e fez história na hotelaria. Seu maior legado foi o Hotel Maksoud, que acaba de fechar de vez as portas após 42 anos de glamour na Capital paulista.
De acordo com a Revista Veja, o Maksoud Plaza encerra suas operações em São Paulo nesta terça-feira (7). Segundo apurado, clientes que ligam para fazer uma reserva para o fim do ano escutam a notícia que o Maksoud “não vai estar mais operando” depois do dia 6 e que “não há previsão de retorno”. O hotel não se pronunciou sobre o fechamento.
Em setembro de 2020, o estabelecimento chegou a entrar com um pedido de recuperação judicial para pagar dívidas que somam 110 milhões de reais. O local ficou fechado por seis meses durante a pandemia e alega prejuízos que podem ter contribuído para a drástica decisão do fechamento. Fontes da rede hoteleira especulam que o prédio histórico será transformado em um hospital de uma das maiores redes de saúde privada do Brasil.
Briga de herdeiros
Informação noticiada por Paulo Sampaio, em 2017, expõe que Henry Neto se juntou à segunda mulher de seu avô, Georgiana Maksoud, para reivindicar o controle do hotel. Os dois apresentaram um documento assinado pelo patriarca pouco antes de morrer, outorgando tudo a eles. Filhos do dono, Cláudio e o irmão, Roberto, afirmavam que a assinatura era falsa e lutavam para anular o testamento.
Vivendo há mais de 20 anos no hotel, nos apartamentos 1319 e 1321, Cláudio Maksoud, filho de Henry Maksoud, travou uma séria briga com o sobrinho Henry Neto. Conforme Paulo Sampaio, Henry Neto deu ordem para que os funcionários do local não prestassem mais atendimento nenhum a ele e sua família.
“Ele ficou com raiva porque não conseguiu nos mandar embora por meios legais, e cortou tudo: comida no quarto, lavanderia, camareira, telefone, Internet”, conta Claudio. “Até os garçons do restaurante estão impedidos de nos servir. Ninguém pode sequer nos dirigir a palavra. Quem desobedecer à ordem será demitido sumariamente”, disse Cláudio, na época.
Maria Eduarda, esposa de Cláudio, afirmou que passou a precisar comida nos restaurantes de fora do hotel devido às ordens do sobrinho. “Outro dia tentamos usar o delivery do Almanara, eles barraram o entregador na recepção. O menino precisou nos ligar do celular, e tivemos de descer para achá-lo. Comemos tudo frio”, comentou.
Lados
Henry Neto alegou à Paulo Sampaio, através de sua assessoria, que “Cláudio Maksoud tem posse precária de duas unidades no hotel e tal situação de fato não se estende ao uso gratuito dos serviços de lavanderia, internet, TV a cabo, telefonia, massagens, heliponto, entre outros. Ele é devedor de R$ 1.566.908,05 referentes às duas unidades, sendo R$ 539.295,42 de room service de apenas uma delas e R$ 90.059,40 só de lavanderia”.
Já o advogado de Cláudio e Maria, José de Arruda Silveira Filho, afirmou ao blog que esses valores eram estimativas aleatórias de Henry Neto e que nenhum deles foi determinado por condenação judicial. De acordo com Arruda, a única cobrança procedente seria a de R$ 19.817,90 referente a um período que vai de 14 de março a 8 de abril de 2014.
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