Da culinária à política: cinco influências libanesas no dia a dia de Campo Grande
Confira alguns hábitos que são tão campo-grandenses quanto libaneses
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Presente na história, na gastronomia, no comércio e na cultura de Mato Grosso do Sul, a comunidade libanesa celebra em 22 de novembro o Dia Nacional do Líbano, em comemoração à sua independência. Na mesma data, Campo Grande festeja o Dia Municipal da Comunidade Libanesa.
Em 1880, o primeiro navio com libaneses deixou o porto de Beirute, com tripulação estimulada pelo imperador Dom Pedro II, que visitou o país quatro anos antes. A maioria dos libaneses imaginava estar viajando para os Estados Unidos porque o Brasil era praticamente desconhecido.
A chegada a Mato Grosso do Sul, pelo Porto Comercial de Mato Grosso, em Corumbá, ocorreu a partir de 1912, juntamente com sírios, turcos, armênios, entre outros povos que fugiam dos conflitos no Oriente Médio. Posteriormente, começaram a vir diretamente para Campo Grande, onde permaneceram e construíram enorme espaço.
Segundo o vereador e descendente William Maksoud, os libaneses ajudaram a construir a história de Campo Grande, fomentando principalmente o comércio. “Ainda temos no centro da nossa cidade morena, muitas lojas pertencentes aos árabes, em sua grande maioria, libaneses e descendentes. Os libaneses são fortes, hospitaleiros e resilientes. É uma honra para mim fazer parte dessa cultura e nação”, comentou Maksoud.
A comunidade também conta com uma celebração estadual, já que o Dia da Comunidade Libanesa de Mato Grosso do Sul é comemorado anualmente através de Lei Estadual. “A comunidade libanesa representa hoje entre 8% e 10% da população de Campo Grande, reunindo pessoas que vieram com suas famílias e ajudaram a construir o nosso Estado”, afirmou Marquinhos Trad, quando celebrou a data em 2016.
Atualmente, a população libanesa vivendo no Brasil é maior do que no próprio país de origem. São 12 milhões de imigrantes, enquanto 4,5 milhões residem no Líbano. Com perfil empreendedor, os imigrantes se estabeleceram, algumas vezes, em sociedade com patrícios, em atividades diversificadas e também no mascate de mercadorias.
Muitos nomes de destaque na história de Mato Grosso do Sul trazem a descendência desses povos que contribuíram significativamente para o desenvolvimento do comércio e indústria da região. No entanto, sua culinária, música e dança também ganharam espaço em nosso cotidiano, sendo muito valorizadas. Hoje, são inúmeros restaurantes, grupos de dança e associações que mantêm essas tradições vivas.
A influência libanesa agregou e continua agregando muito à cultura de Mato Grosso do Sul. Confira alguns hábitos que são tão campo-grandenses quanto libaneses:
Esfirra
Esfirra ou esfiha é uma pequena torta assada originária da Síria e do Líbano, e encontrada em outros países do Oriente Médio, como a Jordânia, Palestina e Iraque, além do Brasil e Argentina, para onde foi trazida por imigrantes sírios e libaneses e se tornou extremamente popular. Em Campo Grande, é indispensável na rotina das pessoas. São inúmeros os estabelecimentos, libaneses ou não, que incorporaram e oferecem a “iguaria” provinda do Oriente Médio.
Comércio
A começar justamente pelas casas de esfirras da Capital sul-mato-grossense, os libaneses têm forte atuação no comércio de Campo Grande. Comerciantes por natureza, os descendentes dos imigrantes dominam algumas regiões da cidade com suas mais variadas segmentações de vendas.
Dança do ventre
Quando o Estado ou a Capital celebram alguma comemoração importante, é comum haver apresentações de Dança do Ventre, já que pela interferência da cultura libanesa, esse estilo de se disseminou e muito por aqui, sendo MS um dos estados em que a prática de Dança do Ventre mais ocorre no Brasil.
Atuação política e familiar
Grandes nomes da política campo-grandense também têm descendência libanesa, como os Maksoud e os Trad. Além da grande presença no comércio, os descendentes do Líbano ainda conquistaram um enorme espaço na política local.
Culinária geral
Não só a esfirra, mas a culinária libanesa, de forma geral, tem se expandido cada vez mais por Campo Grande. A onda dos shawarmas já tem ultrapassado a febre do kebab, beirute, das kaftas, do kibe e do tabule, por exemplo. Estão explodindo na Capital estabelecimentos que oferecem, muitas vezes, apenas esse prato, composto de fatias finas de carne de carneiro ou frango, assadas em um espeto vertical e servidas no pão árabe com legumes e outros acompanhamentos.
Qual ou quais dessas influências libanesas mais está presente na sua vida?
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