Ester de Souza da Silva é uma menina que se destaca dos outros jovens pela força de vontade. Criada em uma família com poucos recursos financeiros, no Bairro Caiobá, ela e a mãe sobrevivem vendendo pão caseiro no semáforo em frente ao Grand Park Hotel, em . Uma história como tantas outras de batalha diária, se não fosse um diferencial: desde que se formou no ensino médio, a garota de 18 anos busca incansavelmente uma forma honesta para poder pagar a e realizar o sonho de se tornar advogada.

Um acidente deixou a mãe da jovem impossibilitada de trabalhar e isso fez com que as mensalidades da graduação acumulassem. Agora, para continuar acreditando no futuro, Ester precisa batalhar para sustentar a família e juntar R$ 11 mil que deve para a .

Visando um futuro melhor para ela, a mãe e a irmã mais nova, Ester concluiu o ensino médio e logo se matriculou no curso de Direito, em uma faculdade particular. Sem condições de arcar com o valor integral da mensalidade, ela conversou com a coordenação e conseguiu uma bolsa de 40% de desconto.

A vida da garota se transformou quando a mãe, que era açogueira, sofreu um acidente de trabalho e ficou com os braços comprometidos. A estudante foi deixando de pagar a faculdade para tampar buracos no orçamento da casa e, com isso, acumulou um dívida de R$ 11 mil com a universidade.

Sem ter de onde tirar dinheiro para pagar água, luz, boletos, comida e faculdade, as duas decidiram “colocar a mão na massa” e vender pão no semáforo. Ester conta que ate tentou explicar a situação financeira para a faculdade, mas foi informada que deveria pagar R$ 5 mil à vista e renegociar o resto da dívida.

Só de pensar em não ter como concluir a faculdade, Ester perde o sono e sente vontade de chorar. A sede de conhecimento é tanta que, quando frequentava a graduação, chegava a assistir aulas de outros cursos só para aprender. Com o tempo, começou a ser procurada por alguns alunos que precisavam de ajuda para concluir trabalhos escolares.

“Meu sonho desde criança é cursar Direito. Eu não tenho vocação para mais nada. É como se a faculdade fosse um refugio para mim, a única esperança de um futuro melhor. Eu não consigo mais ficar longe e é lá que trabalho a minha mente.”

O sustento da casa, onde moram Ester, a irmã, o primo e a mãe, é tirado da venda dos pães. A rotina da família inicia às 8h quando as primeiras unidades são colocadas para assar no forno elétrico. “Se fosse no gás não teríamos como comprar”, explica.

Mesmo com um braço menor que o outro, a mãe da jovem sova a massa manualmente. Até às 15h, que é o horário que Ester sai de casa para vender o produto, são assados cerca de 10 a 20 unidades. A estudante diz que o trabalho é um pouco difícil, já que elas não têm dinheiro para investir em muitas formas e maquinário necessário.

A família faz uma força-tarefa, de segunda a sexta-feira, sempre no mesmo semáforo. Mesmo sem tempo para descansar, Ester não conseguiu guardar dinheiro suficiente para quitar a dívida com a Universidade e, por isso, precisa de ajuda.

 

“Pediram 5 mil para eu continuar a estudar. Isso seria a entrada e depois eles iriam parcelar o resto. Eu disse que não tinha nem mil reais. Não consigo fazer estágio porque preciso de um emprego em tempo integral para ter dinheiro suficiente para pagar a mensalidade.”

Cada pão vendido pela jovem custa R$ e não possui lactose. “Eles são feitos sem leite e sem manteiga”. Quem quiser ajudar Ester de alguma forma, basta entrar em contato pelo (67) 99148-4158.