Fique em Casa Sessions: Encontros de Quarentena une músicos online em um único som

Esta quarentena tem surtido efeitos criativos nos artistas de MS. Para amenizar os efeitos negativos que a pandemia tem causado, muitos estão se reinventando e produzindo conteúdos diferentes para suas redes sociais. Conectada a esta realidade, assim surgiu o “Encontros de Quarentena”, ideia da Música Alecsandra Harper, que está juntando outros músicos virtualmente, para fazerem um som e matar um pouco as saudades de estar no palco, perto dos amigos, do público.

Já que não é recomendável  estar perto neste momento, nada melhor que usar a tecnologia a favor da arte, aproveitar a grande tendência das lives e a criação de conteúdos na pegada home office e continuar produzindo, contribuindo com a ideia que ficar em casa é importante sim e que a arte é uma grande aliada agora.

Com 20 anos de carreira na música, Alecsandra Harper já passou por bandas e projetos que marcaram geração, como  Pau no Gato, Dumattu, Casa4, Dalla Clube, Cover UP e ROX S/A (as duas últimas as atuais) e não quer parar por conta do afastamento social. Mesmo que virtual, os Encontros de Quarentena estão servindo pra aliviar e mostrar a criatividade de nossos músicos.

ENTREVISTA – Alecsandra Harper

-Sobre este momento em que as pessoas, e os artistas, que estão precisando se reinventar. Como está sendo pra você?

Eu acho que não voltaremos ao mesmo normal vivido…. então temos que ter o coração aberto pro que rolar. No começo eu senti um baque, fiquei mal com a incerteza. Nem vou falar das questões financeiras, pois acho que todo mundo sofreu impacto com a pandemia, mas eu senti falta da música. Disso comecei a lançar vídeos diários do #ficaemcasa sessions, tocando sozinha, algumas versões, tentando suprir a falta do palco

-Como surgiu a ideia das colabs virtuais e como está sendo a experiência?

Avançando do #ficaemcasa sessions, eu sentia falta da banda…. nunca fui artista solo, sou de banda Disso veio o #encontrosdequarentena Fiz o vídeo com a Paola Calderaro, que já cantou pra gente na Cover Up e hoje mora em Sampa, e rolou… eu aqui, ela lá Uma vez que vi que dava pra fazer assim, não parei mais… fui chamando os conhecidos. A ideia cresceu e foi se fortificando, além dos conhecidos de longa data, comecei a contar com a participação de novos amigos da música, pessoas com as quais foram surgindo afinidades nessa saudade de tocar.

Já participaram: Paola Calderaro, Raphael Xapa (Xapa Trio), Leopoldo Lopes (Ya-Cults), Fábio Terra (Bando do Velho Jack), Marina Dalla, Leandro Camy, Ariel Ribeiro, Leonardo Reis (ROX S/A), Zé Fiuza (ROX S/A), Rodrigo Faleiros, Matt Souza, Victor Morelo, Adilson Fernandes, Fabio Brum, Juliano Gordão, Alex Kundera (OTR), Jacqueline Costa, Ricardo Maisatto, Ricardo Taveres (Cover UP), Denise Kramer, Erik Artioli (Bêbados Habilidosos), Kinho Guedes, Raphael Pulse, Flavio Ottoni (Muchileiros), Ricardo Daniel (OTR), Clayton Sales, Carlinhos Ag’s, Ju Souc, Jane Jane, Geovana Juno, Andre X, Alexandre Artioli (Substelar), Gabriel Noah (Nosso Mundo), Daniel Bueno (Lynxs), Rayssa LIma (Ya-Cults).

-Quais são a parte boa e ruim de tocar longe dos parceiros e do público neste momento?

A parte boa disso tudo é que eu tô matando a vontade de tocar com todo mundo que nem sempre rola de encontrar nos palcos…. tem gente que nem aqui no Brasil está, mas estamos fazendo um som juntos… Isso também é terapêutico. Para mim, me faz muito bem, me mantém engajada com o instrumento e animada para seja lá o que for que iremos enfrentar como artista. Muitos dos convidados relatam isso tbm, de que fez bem mandar o som. O lado ruim é que não supre o contato humano, as risadas, os músicos conversam muito com olhares no palco… é nosso código secreto que ocorre lá, na interação… e isso faz falta. Porém, vai passar. O lado ruim é que

– O que espera para um futuro próximo?

Eu sei que a arte vai continuar pulsante. Tenho uma ânsia do que virá! Sei que as coisas serão diferentes. A cidade já está passando por certo afrouxamento das medidas, com a volta do violão e voz… A gente vai se reinventar, se manter, se adaptar, pois pra muitos daqui, tocar é muito mais que um só trabalho…. é coisa de alma, é coisa de vida, saca? E isso não tem como apagar.(.)