Aldeia Água Bonita produz orgânicos e artesanatos e querem chegar à mesa da população
Lá da aldeia urbana Água Bonita, em Campo Grande, a população indígena local realiza um trabalho de subsistência muito interessante. Além dos belos trabalhos artesanais que mantêm viva nossa cultura ancestral, eles também cuidam de uma horta orgânica, com uma grande variedade de produtos, que vão de cenoura, cebola, chuchu, pimentão, à alface, couve, almeirão, […]
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Lá da aldeia urbana Água Bonita, em Campo Grande, a população indígena local realiza um trabalho de subsistência muito interessante. Além dos belos trabalhos artesanais que mantêm viva nossa cultura ancestral, eles também cuidam de uma horta orgânica, com uma grande variedade de produtos, que vão de cenoura, cebola, chuchu, pimentão, à alface, couve, almeirão, rúcula e até frutas, como banana e mamão.
Tanto os artesanatos quanto os hortifrútis servem para o consumo dos indígenas e também é comercializado para gerar renda à comunidade. Em tempos de pandemia, as dificuldades também chegaram à aldeia, onde muitos se sentem esquecidos e precisam de ajuda para continuar com a produção e seus produtos chegarem às mesas dos campo-grandenses.
Quem faz o apelo é o Vice-Cacique da aldeia Água Bonita, o sr. Alexandre Arevelus, 68 anos, da etnia Terena. Seu pedido de ajuda, neste momento de vulnerabilidade, é para que a comunidade consiga fornecer sua produção para os mercados locais e assim garantir a renda necessária para o trabalho continuar e, o principal, ter o reconhecimento da população.
“Para nós estar plantando só ‘pra ser bonito’, não é importante. É um trabalho sem fim. Você não tem uma atividade, uma renda, você não consegue adquirir nada, só canseira. Nós procuramos o Midiamax pra nos ajudar a sair da casca. Com isso, a gente pode ter parceiros, empresários, autoridades para ver o que dá pra fazer”, explica Arevelus.
Os trabalhos de agricultura familiar já existem há seis anos, são 17 plantadores de hortaliças e nesta época eles enfrentam uma lastimável perda de produção. Segundo o Vice-Cacique, o maior impedimento de levar sua produção aos mercados é a falta de documentação. “Eu e o Cacique já procuramos o CEASA, mas precisa do DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf). A gente já entrou com o pedido, tá tudo no jeito, mas ficou tudo parado de novo, isso já tem dois anos”, explica.
ARTESANATOS
Outra fonte de renda dos indígenas é a confecção de artesanatos, mas de uma forma diferente da ancestral. Hoje, eles não tem a permissão de extrair as matérias primas direto da natureza e suas confecções se adaptaram ao tempo, mas sem perder a identidade. “Esse material é feito de “pindó”. Sabe o que é? é um coquinho amarelo que chupa, é bem doce”, explica o indígena segurando um dos artesanatos .
“As bandejas, objetos de madeira são feitos com madeira de árvore do cerrado. Quando vamos retirar a Polícia Federal averigua quais as razões da extração e, muitas vezes, não são permitidos. Só que isso deixa a gente sem chão. Nós somos índios, nós vivemos da mata, das caças, do nosso artesanato. Como se vive assim?”, indaga ele.
Com todos os problemas que já existiam antes do Coronavírus, a pandemia veio para reascender esses tipos de questões. Valorizar a história, a cultura indígena e suas identidades é elevar a auto-estima de uma população, muitas vezes até desacreditadas, desmoralizadas e esquecidas. “Nós temos aqui o índio meio ‘fracão’, quando ele vê uma cachaça, ele cai como se fosse uma ‘bacia de coxinha frita’, enquanto ele não vê o fim, ele não para. A gente não quer isso, pra gente poder trabalhar é mais importante”, conclui Arevelus.
Para ajudar
Em resumo, o que o sr. Alexandre Arevelus solicita é uma ajuda para levar seus produtos, tanto os orgânicos, como os artesanatos para população. Para ajudar, entre em contato com o Vice-Cacique, pelo número 67 99100-7437 ou pelo perfil no Facebook https://www.facebook.com/alexandre.arevelus.
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