OMS orienta pais e cuidadores de crianças sobre do uso das tecnologias
Quem nunca ficou admirado ao ver a facilidade com a qual a criança interage, sozinha, com um smartphone? Usar os aparelhos para fazer selfies, assistir aos desenhos favoritos ou escolher os melhores jogos parece ser uma tarefa fácil para quem desenvolveu desde cedo essas habilidades. Porém especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) lançaram diretrizes […]
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Quem nunca ficou admirado ao ver a facilidade com a qual a criança interage, sozinha, com um smartphone? Usar os aparelhos para fazer selfies, assistir aos desenhos favoritos ou escolher os melhores jogos parece ser uma tarefa fácil para quem desenvolveu desde cedo essas habilidades. Porém especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) lançaram diretrizes específicas para crianças de até cinco anos. As orientações abordam atividade física, comportamento sedentário, sono e uso de aparelhos tecnológicos.
Entre os alertas está o impacto do uso demasiado dos dispositivos móveis e eletrônicos. A orientação é que crianças com até dois anos de idade não devem ter contato com telas e aquelas que têm a partir de dois anos devem assistir televisão por até, no máximo, uma hora por dia. Mas a racionalização do uso das tecnologias não é restrito apenas ao público infantil, o que significa que o comportamento dos adultos nesse processo é fundamental.
“Ao ver os adultos vivendo cada vez mais dependentes dos aparelhos tecnológicos as crianças tendem a seguir o mesmo caminho, tornando-se presas aos jogos virtuais”, alerta o psicoterapeuta Iarodi Bezerra ao afirmas que os pequenos adquirem parte de seu aprendizado por meio da imitação de seus pais e adultos de sua referência. Para o especialista, a divisão da atenção dos adultos entre o bate-papo nas redes sociais e os momentos de interação com as crianças molda a forma de relacionar-se socialmente.
Iarodi explica que a carência da conexão com o ‘aqui-e-agora’, consequentemente, os levam a aprender a viver em um mundo restrito ao virtual. Ansiedade, transtorno do humor, psicose, transtorno do apego, baixa autoestima, insônia e outros inúmeros transtornos que podem atrapalhar o desenvolvimento infantil são reflexos dos impactos da exposição excessiva a aparelhos tecnológicos.
“Os pais podem observar sintomas como nervosismo, dificuldade da criança em ficar longe deles de maneira descontrolada, agitação, agressividade, entre outras. Após observação é importante buscar acompanhamento psicológico para que tais problemas sejam sanados e gerem bem-estar para a criança e, consequentemente, para a família”, recomenda o especialista.
Em relação ao processo de aprendizagem, Iarodi destaca que o desenvolvimento infantil é único para cada geração e a tecnologia se configura como uma grande aliada. “Mas é necessário, no que diz respeito ao aprendizado infantil, que o uso dos recursos eletrônicos seja restrito e que o lúdico, o uso da psicomotricidade, da imaginação sejam amplamente utilizados. Faço uma ressalva que no processo de aprendizagem deve haver um alinhamento do corpo pedagógico com a família”, orienta.
Confira as recomendações da OMS:
– Crianças menores de 1 ano: não devem ser expostas às telas; não devem passar mais de 1 hora restritas a carrinhos ou cadeirões; devem dormir de 14 a 17 horas (entre 0-3 meses) e entre 12 a 16 horas (4-11 meses), incluindo sonecas.
– Crianças de 1-2 anos: não é recomendado o uso de aparelhos eletrônicos e digitais; não devem exceder mais de 1 hora diária restritas a cadeirões e similares; devem passar 180 minutos por dia realizando atividades físicas; precisam dormir de 11-14 horas.
– Crianças de 2-4 anos: não devem exceder 1 hora diante das telas; podem passar no máximo 1 hora restritas a cadeirões e similares; ter 180 minutos diários em atividades físicas; dormir de 10-13 horas por dia.
Quantos aos pais, devem buscar realizar com seus filhos atividades lúdicas e priorizá-las evitando, nos momentos dedicados à família, o contato com smartphones, tablets, entre outros. Um dica importante: não ter medo de dizer ‘não’, mesmo que a reação seja negativa por parte da criança.
Agência Educa Mais Brasil
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