Menina que se vestiu como Miss Universo quer ser modelo, mas enfrenta racismo

A fotógrafa Ana Isabela de Souza Nascimento, 24 anos, publicou nas redes sociais em 10 dezembro, no dia seguinte a Zozibini Tunzi ser coroada Miss Universo, fotos de sua filha Esther Luiza Peres Nascimento, quatro anos, caracterizada como a mulher sul-africana vencedora do concurso. No entanto, a iniciativa ainda está viralizando, mas o sucesso não […]

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Foto: Ana Isabela de Souza Nascimento| Elijah Nouvelage/ Reuters
Foto: Ana Isabela de Souza Nascimento| Elijah Nouvelage/ Reuters

A fotógrafa Ana Isabela de Souza Nascimento, 24 anos, publicou nas redes sociais em 10 dezembro, no dia seguinte a Zozibini Tunzi ser coroada Miss Universo, fotos de sua filha Esther Luiza Peres Nascimento, quatro anos, caracterizada como a mulher sul-africana vencedora do concurso. No entanto, a iniciativa ainda está viralizando, mas o sucesso não se refletiu na carreira de modelo infantil que a garota e a mãe dela desejam

Ana conta que assistiu a premiação junto com a filha que reagiu: “Mamãe, que linda ela, eu sou da cor dela! Não quero mais ser a Rapunzel, agora quero ser a Miss Universo! A gente podia tirar umas ‘fotinhas’ assim ‘igualzinha’ ela!”.

O ensaio de fotos foi feito em Rio Verde, Goiás, cidade em que moram, com elementos humildes como retalhos de tecidos, afinal o figurino foi o de menos. O que chama a atenção mesmo são o olhar e a postura confiantes da garota.

“Confesso que nunca havia ligado muito para representatividade até me tornar mãe e um dia minha filha me pedir para alisar o cabelo e pintar de ‘amarelo’ para ser a Rapunzel”, escreveu Ana ao compartilhar as fotos que fez de Esther caracterizada como Miss Universo.

Desde então, as mensagens de apoio e empatia não param de chegar No entanto, Ana Isabela lamenta que isso não se reflita de maneira positiva na carreira de modelo infantil de Esther. Segundo ela, Esther sempre teve muito interesse de ser fotografada, porque ela trabalha com fotografia desde que a filha tem nove meses de idade. “Ela super se familiariza com as câmeras, com posar. Ela me pediu para tirar mais fotos, foi uma vontade dela.”

A mãe relatou ao Estadão que inscreveu a garota em um processo de seleção de uma agência de modelos em Goiânia. Esther foi aprovada nas primeiras etapas – mesmo sem ter enviado ou feito uma fotografia -, e foi chamada para uma entrevista. “Quando chegamos lá, ela mal foi entrevistada e ele falou que ela não tinha o perfil da agência. Fiquei sem entender, mas olhei o Instagram dessa agência e não tinha nenhuma modelo negra. Então, eu entendi a qual ‘perfil’ eles se referiam. É racismo, é só uma das pequenas experiências que a gente vivencia no dia a dia.”

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