Cliente tem sobrancelha lesionada após henna em Campo Grande e Sindicato alerta para riscos
A busca pela sobrancelha digna de capa de revista levou uma campo-grandense, de 44 anos, a passar por um pesadelo durante o mês de fevereiro. Uma simples aplicação de henna, feita em um Salão de Beleza do bairro Zé Abrão, ocasionou inflamação e perca de partes da sobrancelha um dia após o procedimento. Neste final […]
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A busca pela sobrancelha digna de capa de revista levou uma campo-grandense, de 44 anos, a passar por um pesadelo durante o mês de fevereiro. Uma simples aplicação de henna, feita em um Salão de Beleza do bairro Zé Abrão, ocasionou inflamação e perca de partes da sobrancelha um dia após o procedimento.
Neste final de semana, outra mulher usou as redes sociais para acusar um Centro de Beleza e Estética de negligência após sofrer queimaduras de primeiro e segundo grau durante o procedimento de bronzeamento natural.
A cliente conta que nunca tinha ido naquele estabelecimento, mas decidiu arriscar. Como já tinha feito henna em outros salões, escolheu passar pelo mesmo procedimento para ter uma sobrancelha mais definida.
“Fui com a vontade só de fazer o design, mas pensei em arriscar. A moça do salão fez o teste no meu antebraço, mas depois eu li que tinha que ser feito atrás da orelha. Fizemos a aplicação normal e eu fui trabalhar.”
O tormento, de acordo com o relato, iniciou horas após sair do estabelecimento. Assim que chegou no trabalho a aplicação começou a “pinicar” e, por volta das 23h, o rosto já estava vermelho e inchado. A noite de sono se transformou em horas de tortura devido à sensação de queimadura.
“Acordei parecendo queimado, minava água do machucado e estava tudo rachado. Comprei pomada de assadura, soro fisiológico e avisei a profissional. Na sexta eu trabalhei com o rosto irreconhecível, coçando, quente.”
Mesmo com as pomadas, a região não cicatrizou e a mulher continuou sofrendo com dores, inflamação e baixa auto-estima. “Acordava com meu travesseiro molhado de pus, não queria me olhar no espelho.”
A reação foi tão forte que, sem forças, a cliente precisou procurar atendimento médico. No hospital, ela foi medicada na veia, tomou injeção e foi orientada a fazer uso de corticoides.
“Somente de farmácia já foram R$ 125. A pessoa que fez o procedimento não se esquivou a pagar, mas nunca se importou em saber como estava. A partir do momento que você lida com vidas, você tem responsabilidades.”
Cerca de 15 dias do ocorrido, a responsável pelo salão depositou parte do dinheiro gasto no tratamento. A ação, no entanto, só foi feita após a cliente contar que a equipe de reportagem do Jornal Midiamax iria divulgar a denúncia.
“Mandava mensagens dizendo que ia me passar o dinheiro, mas ainda não havia feito. Quero alertar as pessoas porque acho que a gente tem essa obrigação. Pode acontecer com qualquer um. O que aconteceu podia ter me custado a vida porque foi uma infecção lenta. Podia ter tido uma parada respiratória.”
A médica contou que ainda não é possível saber se a paciente perderá ou não a sobrancelha. No entanto, no período de cicatrização, alguns pelos caíram e cascas amareladas se formaram na região dos olhos.
Orientações
Falhas podem ocorrer em qualquer procedimento e em todas as áreas. Por este motivo, Monica Cristina Mendes, representante do Sindicato Profissional dos Esteticistas e Cosmetólogos de Mato Grosso do Sul (Sindestética), orienta que a cliente busque profissionais que tenham formação em Estética e Centros de estética com alvará de funcionamento. Vale ressaltar também que preços muito abaixo do mercado acendem a luz de alerta.
Atualmente, conforme Monica, existe uma enorme oferta de cursos nas áreas estéticas, muitas vezes oferecido por pessoas sem uma prévia formação técnica e sem experiência. O profissional deve apresentar certificação de empresas idôneas, comprovar conhecimento, além da formação técnica.
Com as altas temperaturas, muita gente procura pelos bronzeamentos naturais. A vigilância sanitária, ainda de acordo com a especialista, tem uma resolução com todas as normas referentes a técnica de bronze natural, tais como fazer o procedimento somente no horário da manhã, utilizar produtos com certificação da Anvisa e expor os riscos da técnica em local visível.
A orientação do Sindicato é que a cliente busque, junto ao local, uma solução para o problema apresentado. Caso não haja acordo, deve-se entrar em contato com a Ouvidoria da vigilância sanitária.
Monica finaliza lembrando que é muito importante que haja por parte de todos, profissionais e clientes, uma conscientização da responsabilidade de cada um e também dos riscos das técnicas utilizadas.
“Na micropigmentação o que vemos são pessoas com pouca formação e experiência ensinando a outras. No bronze são oferecidos cursos que ensinam a técnica, porém não aprofundam na fisiologia, cosmetologia e química. Sem esse conhecimento as chances de erros são muito maiores, além dos riscos como manchas e rugas, envelhecimento precoce e até mesmo um câncer de pele.”
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