Nas últimas décadas, Mato Grosso do Sul abraçou grande parte da população paraguaia que saiu da terra natal em busca de novas oportunidades de emprego. Os laços entre as culturas se fortaleceram quando, em contraponto, o Paraguai virou moradia de brasileiros que optaram por cursar medicina no país vizinho.

A compreensão e o aprendizado do Guarani – língua falada no Paraguai e entre os povos indígenas brasileiros, diminuem a fronteira social, cultural e política criada entre os países. No Consulado da República do Paraguai, em Campo Grande, a professora Idalina Maciel León luta para manter acesa a cultura Guarani entre os moradores da Capital.

Além de ser o idioma oficial do Mercosul, há 9 anos o município de Tacuru, em MS, adotou o Guarani como língua oficial. A professora acredita que o ensinamento da linguagem e expressões também é uma forma que os próprios nativos fomentam para não diluir as tradições.

“Algumas pessoas fazem de tudo para manter vivo a tradição dos descendentes. O aprendizado do Guarani é uma peça importante para resgatar a cultura assim como ouvir a Polka, Guarania e Chamamé.“

Idalina explica que as aulas colaboram também para cair por terra as possíveis desavenças entre os povos. A professora lembra que até algumas comidas típicas do Paraguai já fazem parte do cotidiano do sul-mato-grossense.

“Hoje temos a sopa paraguaia, voro-vori, chipa guasu, kojói, tereré e mbeju presentes nos lares. Essas são algumas da iguarias do nosso povo.”

Atualmente, são ministradas turmas de iniciante e avançado, nas segunda e quinta-feira no período noturno. As inscrições para a nova Turma de Estudos da Língua Guarani estão abertas com início previsto para junho, na sede do Consulado, no Centro. O valor da matrícula é R$ 50 e a mensalidade custa R$ 180 por 2h de aulas semanais.