R$ 40 perdidos, um apelo e Andreza encontrou da hostilidade à compreensão
Vendedora fez apelo por dinheiro perdido e foi agredida verbalmente por internautas
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Vendedora fez apelo por dinheiro perdido e foi agredida verbalmente por internautas
Quando postou um apelo em um grupo de vendas do Facebook, a vendedora e estudante universitária Andreza Flores, de 20 anos, só queria recuperar o dinheiro que perdera em seu local de trabalho, provavelmente no momento me que foi pegar de dentro da bolsa a chave para fechar as portas da loja onde trabalha, em um shopping da cidade. Mas, o que encontrou a partir de sua publicação foi uma sequência de ataques e acusações, no qual ‘folgada’ foi uma das coisas mais leves que leu.
Na postagem, que foi publicada na noite do domingo (10), Andressa narra a perda de R$ 40. E pede, humildemente, para caso alguém encontrar lhe devolva a quantia, que era tudo o que tinha para o restante do mês. “Eu tive a ideia de anunciar porque eu vi que no grupo há pessoas que pedem ajuda sempre, nem que seja para procurar animais. Dai eu pensei: porque não? Vai que a pessoa que achou tem a consciência tocada”, explica.
“O que eu menos imaginei era que eu fosse passar por essa situação. Jamais pensei receber provocações tão absurdas, gente duvidando de que eu estava sendo honesta. Perguntaram porque eu estava no shopping se só tinha R$ 40 pro resto do mês. Eu disse que estava trabalhando. Depois questionaram como pode precisar de R$ 40 e fazer medicina veterinária na Uniderp. Mas eu sei das contas que eu pago. Não recebo muito, porque trabalho com comissão, e este mês foi complicado. E só meu aluguel é R$ 570, mais água, luz, transporte… Então, R$ 40 faz a diferença, sim. Na Uniderp eu estudo com o FIES”, explica a estudante.
Reviravolta
Apesar de toda a hostilidade e xingamentos que encontrou on-line, nem tudo foram pedras, conforme revela Andreza. Algumas pessoas foram atenciosas e ofereceram desde palavras de conforto a ajuda financeira.
“Eu não fiz nada de errado e nem tentei extorquir ninguém, tanto é que assim que consegui ajuda, eu apaguei a postagem. Só queria que quem tivesse encontrado o meu dinheiro tivesse consciência de que ele ia me fazer falta. Graças a Deus uma mulher propôs me dar o dinheiro, mas só aceitei como um empréstimo”, conta.
Andreza já se organiza para no próximo mês, quando receber o pagamento, acertar a quantia com a mulher que lhe ajudou. “Foi um ato bem bonito, ao contrário de todo mundo. Ela falou que já tinha passado por uma situação dessas, de postar num grupo um pedido de ajuda, e as pessoas acharem que ela era folgada”, pontua.
Para Andreza, mesmo com o final feliz, o episódio deixa uma grande lição. “O que passa pela minha cabeça é que conforme passa o tempo, em vez de evoluir o ser humano regride. Tá certo que com tanta gente sofrendo golpes e crimes pela internet a gente tem que ficar em alerta. Mas, eu não pedi nada, nem dei número de conta. Só pedi o que é meu”, conclui.
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