Apresentador é famoso por polêmicas e tecer comentários preconceituosos

A presença do comediante Danilo Gentili no lançamento do Prêmio (Federação da Indústria de Mato Grosso do Sul) causou rejeição e reclamações nas redes sociais. Polêmico, Gentili costuma extrapolar o limite das declarações e já tomou vários processos devido aos excessos de seus comentário.

A última do apresentador foi dizer que senadora Regina Sousa (PT-PI) se parecia a “tia do café”. Regina é do mesmo partido que a presidente afastada Dilma Rousseff, e foi contra o processo de impeachment instalado na Casa Legislativa.

Em abril deste ano, ele foi condenado a pagar indenização de R$ 200 mil por danos morais para a pernambucana Michelle Maximino. Ele fez piada com a técnica de enfermagem conhecida como a maior doadora de leite materno do país. Michelle chegou a se mudar Quipapá, na Zona da Mata de Pernambuco, para Recife após ser “motivo de chacota” na cidade onde morava.

Com esse currículo, não faltam críticas a escolha do nome de Gentili para o lançamento do prêmio.

Angela Kempfer, idealizadora do Lado B, do News, diz que nunca participou do prêmio e que não esperava nada além da Fiems. “Eles estão fortalecendo um discurso que têm. Nesse momento que no país se discute um discurso de direita e de esquerda, o país está claramente dividido, eles tomam a posição deles. Ele é o cara que defende essas posições. É o cara que ataca o negro, o gay… Contra outro grupo que é o Gregório, o João, da Porta dos Fundos, que faz humor de verdade”, diz.

“Esses dia li que piada tem que rir dos opressor, do oprimido é feio. Fazer piada de quem oprime, não de quem é oprimido. Ele faz gracinha, não é humor. Humor é muito mais elaborado”, complementa.

E critica: não sei como tem gente que menospreza esse tipo de debate. Ainda mais em um prêmio que é voltado para jornalistas. Um cara processado diuturnamente porque é um criminoso. é crime. Nunca fui e acho um desrespeito ao ofício esses prêmio que são feitos só para divulgar a instituição.

Quem também é contrária a escolha de Gentili, é a jornalista Karina Vilas Boas. “Enquanto isso a Fiems traz o infeliz para lançar o prêmio dos jornalistas de MS. Sou do tipo de jornalista que não piso no mesmo lugar que este ser e não compactuo com nada que o trate no patamar de “artista”. Sou das que prefere as “tias do cafezinho” e a luta constante contra qualquer tipo de preconceito”, critica, pontuando a polêmica coma senadora Regina Sousa.

Mariana Monge, que atuou por muitos anos em MS, e hoje está no rio de Janeiro, também entrou na discussão. “Apesar de considerar o Danilo Gentili um cara inteligente, desde a época do CQC, acho que ele é muito infeliz nas colocações e comentários, ele extrapola a linha do respeito ao próximo na hora de querer fazer piada e acaba sendo preconceituoso e agressivo. Vejo isso não apenas nele, mas em muitos “humoristas”. O evento tem como público a classe jornalística, que é formada por pessoas com um ponto de visto bastante crítico e que, em sua maioria, não aceita “piadinhas” sensacionalistas como as dele, só pra ganhar audiência. O Gentili perdeu a mão há algum tempo”, pontua.

Para ela, um nome mais apropriado seria da youtuber Jout Jout “É um nome que talvez fosse interessante, passa mensagens bacanas, leva as pessoas a refletirem, tem conteúdo e um certo humor”, diz.

Diretor de Comunicação e Marketing da Fiems, Robson Del casale Moreira, diz que não vê polêmica na escolha e acredita que o lançamento será um sucesso como sempre foi. “Na nossa avaliação é o premio mais tradicional. Poderia ser qualquer banda, qualquer cantor. Uma coisa e o lançamento do prêmio, a outra a figura artística. O escolhemos por ter reconhecimento nacional. Cada um tem um posicionamento e lé dentro (da Fiems) a gente respeita o posicionamento de todo mundo. Algumas pessoas contentam as outras e outras não. Acho que o evento vai ser um sucesso, já temos confirmado muita gente. Vamos ter casa cheia. Respeitamos as criticas, as opiniões contrárias,mas  não entendo como polêmica”, afirma.

Quanto ao questionamento de comentário contrários a escolha de Gentili terem siso apagados do facebook, ele diz a entidade tem uma politica de respostas na própria página e que algumas pessoas se excederam e baseado nessa politica resolveram apagar.

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com a assessoria de imprensa de Gentili, que informou que a média de cache para um talk show não passa de R$ 50 mil. 

O Prêmio

A cerimônia de lançamento do Prêmio MS Industrial de Jornalismo 2016 acontece nesta quinta-feira (19/05), às 19h30, no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande (MS). Gentili comandará um talk show em que entrevistará três personalidades sul-mato-grossenses, além de repassar as informações do Prêmio deste ano.

*Matéria atualizada às 15h30 para acréscimo de informação.