Sebo cultural lança crowfunding coletivo e pede ajuda para sobreviver

Subcultura Records fechou as portas

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Subcultura Records fechou as portas

A Subcultura Records, um dos últimos sebos de discos, DVD’s, livros, CDs e coleções musicais da Capital, fechou as portas há algum tempo e pede ajuda do público para conseguir reerguer o espaço, através de uma “vaquinha” coletiva, o chamado “crowfunding”. Segundo o proprietário Pietro Luigi, a loja estava dividindo espaço com um café, mas os proprietários não puderam continuar trabalhando. O acervo está encaixotado na casa de Luigi. “Tive que vender muita coisa a preços baixos e até dar estantes ou nem caberia”, lembra o proprietário. 

A vaquinha tem por objetivo arrecadar R$ 35 mil, que segundo Pietro, vão garantir que a ideia não morra. “Será para conseguir um capital de giro e pagar as despesas acumuladas. Sabemos que com união de amigos podemos superar essa fase, sanar as dívidas acumuladas, levantar um capital de giro e voltar com a loja ainda mais forte e mais disposta a sacudir a poeira e prosseguir. Porque acreditamos. Porque é isso que nos move”, descreve ele. Apenas 1% do montante foi arrecadado, e Luigi pede ajuda aos fãs do espaço, cuja ideia começou há mais de 20 anos. 

Trajetória do espaço

“Eu trabalhava em banca de jornais e revistas com meu pai no bairro do Méier no Rio de Janeiro. Desde criança frequentava qualquer lugar que vendesse revistas e gibis, assim como lps que eram meus verdadeiros brinquedos desde a infância. Até que a Subcultura Records abriu suas portas em Março de 2014, no segundo piso da Antiga Rodoviária de Campo Grande”, relembra Luigi. Segundo ele, o espaço foi crescendo e em julho do mesmo ano chegou a ser realocado em uma loja maior, ainda na Antiga Rodoviária. 

Com o sucesso ele começou a realizar eventos com bandas, “pocket shows”, exposições artísticas, eventos gastronômicos e até um cineclube. Ali os artistas independentes também espalhavam zines e trocavam informações sobre a cultura alternativa da Capital. Algumas vezes, também funcionou uma “lojinha 0800”, com itens de doação para pessoas carentes. Além disso, Pietro Luigi chegou a ficar com a maioria do acervo da locadora de filmes de DVD’s 100% Vídeo, que funcionava na Av. Afonso Pena e fechou em 2015. Os filmes foram vendidos em parte, mas muita coisa ainda está disponível.  

Problemas financeiros

Segundo o proprietário, 2016 veio com “um balde de água fria”. “Resolvemos mudar para um salão em frente da rodoviária onde além de loja tinhamos também quartos para morar no 2º andar e com isso tentar economizar e investir em novos materiais. Mas a coisa desandou. A economia não veio pois além da loja ter ficado menos visível devido a um corredor que separava a frente do salão principal ainda enfrentamos um ano de mudanças nítidas e drásticas no país, com isso vendas baixaram, aliás, despencaram, acumulamos dívidas e aos poucos o restante de capital que mantivemos se acabou devido ao baixo movimento”, afirma.

Quando o Anda Café abriu, ao lado, o sebo passou a funcionar em pareceria no mesmo espaço, porém as duas lojas acabaram fechando. Para não perder seu acervo e continuar fazendo o que gosta, Luigi pede ajuda aos apreciadores dessa cultura dos sebos. “Ainda que eu montasse só uma loja virtual, perderia uma das caracteristicas da Subcultura, que é fazer eventos e ajudar em vários projetos sociais”, pontua Luigi. 

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