Na primeira segunda-feira do ano, o foco é entrar na dieta e sair do vermelho
Perder medidas e ficar no azul são as metas mais comuns de 2016
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Perder medidas e ficar no azul são as metas mais comuns de 2016
O primeiro dia útil de 2016 movimentou as ruas da cidade. Na região central, a cidade recuperou o aspecto aprazível de uma capital e pessoas caminhavam de lá para cá, aos montes, atrás de resolver problemas, retornando ao trabalho. O ano definitivamente começou, para o bem ou para o mal, mas tem aquela cara de ressaca, uma segunda-feira potencializada por ser a primeira do ano. É como se todos estivessem ainda buscando se readaptar à rotina. Aliás, é exatamente isso. Bocejos, lentidão. O carnaval é ‘só’ em fevereiro. “Ainda não tô no ritmo de 2016”, brinca uma senhora que caminha devagar pela Avenida Afonso Pena.
Assim, esta segunda-feira forçou o campo-grandenses a uma maratona que promete grandes emoções. São cerca de 360 dias restante para cumprir metas e resoluções, seja atingir o peso ideal, entrar o ano no azul, passar no vestibular, ‘aquela viagem’, correr atrás dos sonhos, virar-se nos ’30’ para driblar a recessão da qual tanto se fala, enfim. Cada um escolhe um caminho.
Como Samuel Fernando, 23, e Daiane Lima, 22, que estão diante de um desafio. Namorados há quatro anos, eles se conheceram durante o curso de licenciatura em história. Agora, formados, a vontade de crescer na profissão irá separá-los momentaneamente. Ele segue em breve para Marechal Rondon, no Paraná, e ela para Uberlândia, em Minas Gerais. Ambos farão mestrado. “O começo do ano está meio louco, vamos ter despesas com hospedagem, aluguel, mudança. Juntamos dinheiro e vamos concorrer a bolsa de estudos”, explica Daiane. “É, e tem isso também”, lamenta Samuel, ao ser lembrado do iminente namoro à distância.
Sair do vermelho
A professora Luciana Sá Toron, 53, não esperou nem o salário cair na conta para buscar atendimento no banco. Nesta segunda, ela põe em prática o projeto ‘2016 no azul’, como brincou ao explicar a estratégia de livrar-se das dívidas. “Fazendo um empréstimo e negociando a taxa, consigo pagar IPTU, IPVA, matrícula escolar e outras coisas à vista e aproveito os descontos. Na ponta do lápis já vi que sai mais em conta”, relata a professora, que já adota a prática há oito anos. “Vi isso no programa da Ana Maria Braga e adotei”, diz.
Por outro lado, quem não pode nem pensar em empréstimo mas também quer sair do vermelho vai ter que fechar a torneira. “Tenho matrícula da minha filha, material escolar, seguro do carro e várias outras coisas. Lá em casa 2016 vai ser de economia, vai todo mundo apertar o cinto, porque os indicadores são pessimistas”, diz o contabilista Eduardo Magela, 31.
E tem também quem vai abrir mão do tempo livre para conseguir uma renda extra. “Este ano vou começar a atender algumas clientes por fora para ajudar a pagar as contas, não quero nem ver quando o cartão de crédito chegar”, diz a cabeleireira Laís Matos, 29, que aproveitou que o salão não abriu nesta segunda-feira para abastecer o armário com produtos.
Dietas, regimes, carnaval
Mas, a campeã das resoluções continua sendo ela, a ‘toda poderosa’ do início de qualquer semana: a dieta. O que mais se encontra nas ruas, nas redes sociais e em praticamente qualquer lugar onde haja vivas almas são pessoas que enfiaram o pé na jaca nas festas. Com isso, a primeira segunda-feira do ano se torna uma espécie de ‘Dia Internacional da Dieta’, data democrática e ao alcance de qualquer pessoa: basta fechar a boca.
“Eu viajei, comi mais do que deveria, tenho que emagrecer urgente. O carnaval tá quase aí, então comecei uma dieta porque… né?”, admite a auxiliar de enfermagem Daiana Paz, 24. “Mas, também quero fazer o curso de técnica em enfermagem, quem sabe tentar vestibular, mas só no fim do ano”.
Gabriel Andrade, 18, estudante, recomeçou hoje a academia. Ele quer começar o ano recuperando o corpo e fazendo dieta para reduzir índices de gordura corporal. “Fim de ano a gente sai do ritmo, dá aquela engordada, mas também estou aguardando a nota do Enem, que sai sexta e segunda começam as inscrições para o Sisu”, acrescentou o estudante, que disputará uma vaga no curso de direito.
Mas, como toda regra tem exceção, a terapeuta ocupacional Mariana Ajala, 27, parece ir na direção oposta. Com um churros na mão, ela contribuiu com a matéria na maior sinceridade. “Ah, a gente sempre começa (a dieta), né? Mas nem todo mundo fica nela. Vou tentar de novo, mas não começo hoje, porque vou numa nutricionista antes”, diz Mariana Cruz, 27, terapeuta ocupacional. “Hoje ainda tô de férias, dá para dar um desconto”, conclui.
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