Pular para o conteúdo
MidiaMAIS

Há 15 anos nascia o Bistrot, primeira boate LGBT a fazer história na Capital

Casa noturna será homenageada neste sábado 
Arquivo -

Casa noturna será homenageada neste sábado 

Há 15 anos, a Rua Pimenta Bueno, no Bairro Amambaí, em , era mais uma das que seguiam na tranquilidade. Contudo, a inauguração de um bar no número 127 da via mudou os rumos daquele endereço. Não foi da noite para o dia, mas ali surgiria um dos espaços mais icônicos de gays, lésbicas, travestis e transexuais da cidade. Nascia, em julho de 2001, o Bistrot Dance.

Passados os 15 anos, entre altos e baixos, o que resta do club é a estrutura e, claro, as histórias. São elas, a propósito, que darão o gás necessário para a festa que comemorará a trajetória do espaço. Uma oportunidade dos ex-frequentadores reviverem os tempos áureos da noite gay da cidade, com direito a todas as loas, vindas de quem certamente já foi muito feliz nas noites infinitas do Bistrot.

A festa em comemoração aos 15 anos da casa acontece neste sábado (30), a partir das 23h30. Prepare seu salto alto, sua camisa de paetês, coloque os cílios postiços e não esqueça na bolsa um punhado de atitude, porque a promessa é de uma noite imperdível e inesquecível – no mesmo lugar onde a gigante funcionou, agora Non Stop Club, e com a presença da antiga madrinha da casa, a drag queen Dimmy Kieer (SP).

‘Luxo, poder e glória’

Com o passar do tempo o bar inaugurado em 2001 foi ganhando fama. A rua de pouco movimento começou a ser uma das mais frequentadas do entorno durante os fins de semana. E foi justamente o interesse do público, aliado ao desejo de ter uma balada pra se acabar na dança sem medo de ser feliz, que fez com que a ideia do bar evoluísse e ganhasse o status de boate.

Nos dias glamuorosos de Bistrot, ‘novidade’ era a palavra de ordem: drag queens (até então desconhecidas na cidade), travestis e transexuais se uniam com o propósito de mostrar o que até então não se via por aqui, no caso, a magia das performances de artistas, que encarnavam suas personagens com o claro objetivo de encantar o público por meio da ilusão. Na pista de dança, muitas vezes os olhares não escapavam do palco, tamanho o encanto e magia que eram transmitidos.

E assim foi durante pouco mais de de uma década. O clube agradou tanto que chegou a atrair até mesmo o público heterossexual que já não se preocupava com rótulos e também caía na farra, embalados pelas músicas dançantes e pelo compasso do ‘bate-cabelo’ das artistas que abrilhantavam o lugar.

Quem teve a oportunidade de passar pelo Bistrot Dance não hesita em dizer que lá era o porta de descoberta para um novo mundo. Mais que paetês, brilhos e saltos altíssimos, a boate era um refúgio onde se podia encontar igualdade, diversão e respeito.

“O Bistrot foi incentivo para que muitas pessoas se assumissem gays e sem dúvida serviu de inspiração para que outras casas para o segmento fossem abertas. Além disso a boate abriu portas para drag queens, promoters e diversos outros profissionais” relata o cliente, ex-funcionário e sócio-proprietário do clube, Christian Queiroz, hoje, um dos proprietários da Non Stop Club.

Diferente dos tempos atuais, nos quais abrir um empreendimento voltado ao público LGBT já enfrenta menos resistência, o Bistrot carrega em sua história os louros de ter aberto todas as portas. Naquele tempo, manter em sua logomarca as cores do arco-íris era para poucos. Tinha que ter coragem.

“O Bistrot deu a cara pra bater e se rotulou como um club gay, isso serviu até mesmo como um ato político, pois a sociedade começou a entender que nossa balada era como outra qualquer, onde pessoas desejam apenas se divertir, acredito que é por isso que a casa é tida até hoje como maior referência de boate LGBT do Estado. Se hoje há um sentimento é o de saudade”, relata Frank Rossatte, que durante oito dos quinze anos, esteve envolvido nos fins de semana de Bistrot, seja como cliente ou como promoter.

Por toda importância política e social que talvez os produtores da festa dos 15 anos quiseram que tudo se parecesse o máximo possível com o que era antes. “O Bistrot foi uma escola o sentimento que fica é o de gratidão, por isso a ideia é relembrar as músicas. Pedimos autorização para usar a logo da antiga casa e propositalmente trazer a Dimmy (Kieer), que era a drag madrinha do Bistrot”, conclui.

Serviço – A festa em homenagem ao Bistro acontece neste sábado, a partir das 23h30, na boate Non Stop Club, (Rua Pimenta Bueno, 127 – Amambaí). Os ingressos (segundo lote) custam R$ 20. Outras informações pelo telefone: (67) 3382-5510.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Corpo encontrado em córrego de Ribas do Rio Pardo é de operador de máquinas desaparecido

Eduardo Bolsonaro agradece Trump por revogar visto de Moraes: “Só o começo”

Durante passeio com a família, sargento de MS salva duas pessoas após barco virar na Bolívia

Vídeo: ‘Não deu tempo de parar’, diz motorista que atropelou idosa na Duque de Caxias

Notícias mais lidas agora

Governo dos Estados Unidos revoga vistos de Moraes e mais 7 ministros do STF

nelsinho governo lula

VÍDEO: ‘Lei de Reciprocidade só em último caso’, diz representante do Senado em negociação com Trump

JBS poderá pagar multa sobre valor milionário se recusar conciliação com moradores

moraes

Governo Trump revoga vistos de Moraes, ‘aliados’ dele no STF e familiares

Últimas Notícias

Polícia

Pitbull é resgatado em meio a fezes, sem água e comida, no Santo Eugênio

Animal estava amarrado e exposto ao frio

Política

STF tem placar de 4 votos a 0 para manter cautelares contra Jair Bolsonaro

Ainda falta o voto do ministro Luiz Fux

Política

Barroso saiu dos EUA quatro dias antes de anúncio de revogação de vistos

Ministro chegou ao país no dia 4 e foi embora no dia 14

Política

Governo dos Estados Unidos revoga vistos de Moraes e mais 7 ministros do STF

Apenas três estarão fora da lista de sancionados pelo governo norte-americano