Do escritório para a sua casa: grupo de quibada se firma e vira negócio
Família veio para cá fugindo da guerra no Líbano
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Família veio para cá fugindo da guerra no Líbano
O grupo de quibada começou de tanto os amigos insistirem para Samira Kalache preparar quitutes árabes para os colegas de trabalho. Os sabores que foram aprendidos na infância agradava o paladar de todos e sempre que podiam se reuniam para apreciar a boa comida que veio do oriente.
De inicio, se organizavam, rateavam os custos e Samira prepara as delícias para todos. Mas ao perceber o sucesso das reuniões, como boa descendente de árabes, viu ali uma oportunidade de negócio. E o que era apenas uma reunião entre amigos virou a “Quibada delivery”.
O negócio funciona, como muitos outros. O cozinheiro vai até a casa da pessoa, ou outro lugar, e prepara tudo para um grupo fechado. O trabalho do anfitrião é o de decidir o cardápio e acertar os valores, que variam, conforme o tamanho do grupo e os alimentos selecionados no menu.
Este, inclusive, pode variar de um cardápio mais simples, para um lanche, ou algo mais informal, a um jantar completo, como manda o figurino. Quibe cru, frito, tabule, coalhada seca, pasta de grão de bico e salada de berinjela costumam reinar nos pedidos, mas outros pratos típicos como charuto, cordeiro, entre outros também são aceitos.
Samira explica que é difícil definir um preço, pois o cardápio varia muito, mas a partir de R$ 20 por pessoa já dá para preparar algo bem bacana com o clássico – quibe, tabule e pastas.
Para entrar em contato com a Samira e fazer a encomenda ligue 3025-1761 ou 99268-2573.
Fugindo da guerra
Assim como muitos refugiados, a família Kalache veio para o Mato Grosso do Sul para fugir das guerras religiosas no país de origem. “Vieram fugidos das guerras no Líbano. Ficaram um mês viajando até chegarem aqui. De inicio iam para são Paulo. Não sei dizer porque vieram para aqui no mato Grosso do sul, mas o pai falava que só tinha mato”, diz.
Ao chegarem, a venda das joias da mãe deu inicio a Camisaria Kalache, loja que ficou anos aberta em Campo Grande. “Eles moravam no fundo da loja. O pai não falava uma palavra em português, então comprou um dicionário e deixava em cima da mesa para se comunicar. As pessoas mostravam a palavra em português e o pai traduzia. Se não me engano, o dicionário era de português-francês”, conta.
A arte de cozinhar, ela conta ter aprendido com o pai, que amava cozinhar e comer. “Meu pai adora a mesa farta. Em casa podia faltar tudo, menos comida. Crescemos assim com a mesa cheia, com muitos sabores”, finaliza.
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