Quando o aleitamento materno deixa de ser o papel principal na relação mãe e filho

A dúvida de mães em saber qual o melhor momento de realizar o desmame

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A dúvida de mães em saber qual o melhor momento de realizar o desmame

Depois que viramos mães, os filhos passam a ser prioridade em nossas vidas. Antes mesmo deles nascerem, a gente fica naquela ansiedade da tão temida espera em mimá-lo a todo custo. 

Logo depois do nascimento, a atenção é redobrada, porque eles viram totalmente dependentes da gente. Dar banho, trocar fraldas, escolher a roupinha são afazeres diários, que toda mãe aprende e acostuma.

Cada fase é curtida com muito amor pela família, mas tem uma que só depende da mãe, que é a amamentação.

Mãe do pequeno Enzo, de dois anos e de Angelina, com quatro meses, a advogada Fernanda Gomes de Araújo, 38 anos, fez amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida do seu primeiro filho, o qual foi amamentado até um ano e nove meses.

“Nesses primeiros meses, tive momentos de alegrias, dúvidas, dores. Amamentar é um momento muito íntimo, é um ato de amor, de saúde, de aprendizado, mas não é fácil, requer disponibilidade, persistência, superação”, diz.

Até ai tudo lindo. Um pouco depois de Enzo completar um ano de vida, Fernanda engravidou novamente e sentiu que devia ‘preparar o terreno’ para os próximos capítulos que viriam – com a chegada da filha. “Passei por esses momentos e minha concepção de que estava fazendo o melhor para meu bebe foi maior, assim como o apoio incondicional de meu esposo e do pediatra. Mas precisei ir preparando o desmame”.

Muitas vezes, a despedida do desmame vem acompanhada com infinitas emoções – ora dolorosas, ora libertadoras. O importante é que a mãe não se sinta julgada e muito menos, passe a acreditar que o desmame signifique o fim da intimidade estabelecida durante o aleitamento. Pelo contrário, se houve dedicação com sucesso, esse elo de intimidade já foi absorvido entre os dois.

No caso da nossa entrevistada, a mãezona Fernanda, as emoções estiveram à flor da pele, mas ela optou pelo desmame de forma natural e, segundo ela, com muita paciência.

“Não encaro como problema, apenas um processo onde mãe e bebê devem estar em sintonia para que o desmame ocorra da melhor forma possível”, indaga.

Técnicas

Grávida novamente e com toda aquela preocupação, Fernanda tentou algumas técnicas de desmame. Diminuiu as mamadas durante o dia, oferecendo líquidos em copos e reforçando a alimentação saudável e optou em roupas mais fechadas, o que dificultavam a retirada do peito pela própria criança. “De noite substituía o leite materno pela água, no copinho de transição…não funcionava e voltamos várias vezes pro peito, até que um dia, simplesmente ele me pediu água e não mais o peito”. O procedimento durou cerca de seis meses e, quando a pequena Angelina nasceu, o desmame já tinha sido concretizado com êxito de forma gradual e sem traumas. “E como será o desmame dela? Não sei… Vou respeitar a natureza, deixar fluir e quem sabe, contarei essa história numa próxima entrevista”.

O outro lado da moeda

Existem outros casos que não são tão ‘contos de fadas’ ou ‘perfeitos’ assim. No caso da entrevistada acima, o desmame foi executado de maneira natural, sem imposições ou data certa de acontecer. Para algumas mães, o leite mais fraco, sem fluxo e até mesmo bico do peito rachado causa um desânimo.

Mãe a um ano e três meses de Aurora, a funcionária pública Leda Carbonera, 33 anos, conta o outro lado de uma história feliz de desmame.

“Não sentia prazer algum em amamentar, sentia calafrios de dor, o peito sangrava…foi muito tenso porque meu psicológico me acelerava e me dizia que eu tinha que amamentar a todo custo, só que não aguentei”, argumenta.

Para alimentar a filha, depois de muita insistência, ela optou pelo leite artificial assim que a pequena completou quatro meses.

 “Comecei alternando as mamadas com complemento e sentia que uma hora, ela iria preferir a mamadeira, quando ela não quis mais meu peito, fiquei duas semanas depressiva, mas superei”.

Sem desmerecer qualquer concepção materna, a mãe tem lá suas razões para deixar de dar o peito ao filho. Todos sabem que o leite materno, até os seis meses de vida, quando o bebê ainda não necessita da introdução alimentar, é essencial à criança. Com algumas mães isso funciona, com outras não.

Para a funcionária pública, que pretende ter outro filho, foi um stress desnecessário. “Ela cresceu um bebê saudável, come de tudo e a gente sente culpa a toa; se tiver outro filho vou sim, tentar dar o peito, mas não vou ficar me estressando; o amor que sentimos independe de um aleitamento bem sucedido”.

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