Ciclista ‘dançarina’ já foi taxada de louca por defender bom humor sempre
Ela seguia para o trabalho quando não resistiu ao som vindo de um dos carros
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Ela seguia para o trabalho quando não resistiu ao som vindo de um dos carros
Em tempos em que as emoções são cada vez menos bem-vindas, fugir a esta regra é estar fadado à “loucura”. E foi assim, como louca, que Evelize Barbosa, 36 anos, foi conhecida a vida toda. Mas, desde a última quinta-feira (5), a história mudou. Agora, a diarista e pedreira está famosa por ter sido filmada enquanto dançava em meio ao trânsito de carros da Avenida Ceará, em Campo Grande. Como de poeta e louco, todo mundo tem um pouco, ela quer aproveitar seus 15 minutos de fama para dar o seguinte recado:
“Eu acho que todos nós temos problemas, temos dificuldades. Mas o que as pessoas não sabem, é que todos nós temos a capacidade de resolver estes problemas e não é com mau humor”, diz. Mãe de três e avó de duas crianças, Evelize diz que nunca se incomodou por ser chamada de louca. “Eu não me importo. Sempre acharam que uso drogas, que sou louca. Mas a verdade é que eu não bebo, não fumo e quase não saio de casa.”
O dia a dia de Evelize é recheado de trabalho. Desde muito cedo aprendeu a se virar com aquilo que pode. Mãe aos 15 anos, precisou parar de estudar para educar as crianças e para evitar o ciúme do então marido. Tornou-se diarista, pedreira, cozinheira, paisagista e tudo aquilo que a necessidade a obriga a adotar como profissão. Mas no fundo, no fundo, sempre desejou voltar para a escola.
Na ocasião da filmagem, Evelize estava a caminho de uma das casas em que trabalha como diarista e não sonhava ser filmada. “Não faço isso para aparecer. Sou assim em todos os lugares. Só fiquei sabendo da filmagem quando cheguei na escola e todos vieram me dar os parabéns, dizer que estou famosa. Eu só ria”, disse.
Para ela, o espanto que sua personalidade gera, é um indício de que as coisas não vão muito bem. “As pessoas estão muito descrentes. Todos temos de vencer os obstáculos, isso é normal. Mas o que eu vejo são muitas pessoas que vivem reclamando da vida. É preciso olhar para o outro, saber que o dinheiro ajuda, mas não é tudo”, completou.
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