Artista múltipla, Miska abre as portas de sua casa e mostra o que a inspira nas artes
Por qualidade de vida, artista optou em não sair de CG
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Por qualidade de vida, artista optou em não sair de CG
No aniversário de Campo Grande, o MidiaMAIS entrevistou uma das artistas que mais representam a nossa Capital, a Miska. Sem dúvidas, ela é uma das artistas referências nas artes de todo o Mato Grosso do Sul, não só pelas artes plásticas, a qual é reconhecida, mas também por ser multi – ela canta, apresenta programa de rádio e TV e também se dedica as aulas de dança flamenca.
Na verdade, Miska é Emilcy Thomé Gomes e é neta de Manoel Secco Thomé – um dos pioneiros da cidade. Aos 57 anos, a artista que é campo-grandense de nascença, abriu as portas de sua casa para mostrar o que a inspira no mundo artístico e claro, falar de sua paixão pela cidade.
A começar pela varanda, notamos uma influência mexicana, mais precisamente, idêntica a de Frida Kahlo. “Eu me inspirei e fiz tudo, desde o reboco da parede que estava sendo reformada pelo vizinho até a pintura azul ‘a la Frida’ e, também, toda decoração com plantas”, conta Miska, que mora na casa há 30 anos.
Além de plantas e um jardim florido, o interior da casa mais parece uma galeria de arte. Tem quadros espalhados pela casa inteira, aliás, em todos os cômodos até no banheiro. “Eu tenho um acervo enorme em casa, desde que me entendo por gente compro, ganho e recebo muitas obras, de amigos, conhecidos e outros artistas”, diz a nossa entrevistada que tem 40 anos de carreira artística.
Dentre as obras em seu ‘museu particular’, várias de amigos artistas, como Lívio Abramo, Terezinha Neder, Jorapimo, Jonir Figueiredo, Carlos Nunes… e muito mais. São quadros, esculturas e obras dedicadas a ela. “Eu não me vejo numa casa vazia, acho que tenho inspirações de todos que aqui estão tudo tem um significado, a arte motiva a arte e nada melhor do que ser bem ‘abastecida’”, pontua.
A mãe e avó Miska
Miska é mãe de Théo (32), Adriano (31), Cássio (28) e Juliano (26) e há nove anos, avó de Giovanna, a princesinha da família e também de Davi e Ian, os pequeninos de 9 e 2 meses. “A Giovanna é minha paixão, porque na minha família toda, somos poucas mulheres, mas quando ela veio, foi lindo… com um mês eu a levava para pintar e ela observava tudo; ia me ver dançar e cantar e quando acaba o show, ela já esta no palco comigo”, conta a vovó coruja da neta que tem duas exposições no minicurrículo, canta, dança e faz teatro.
Além dos três quartos, a casa ainda tem uma minibiblioteca recheada de livros de arte, literatura e infantis; e muita história pra contar. No ateliê, em um armário cor de madeira, é possível identificar a famosa coleção de bonecas que Miska guarda com muito zelo. Ao todo, mais de 750 bonecas do mundo inteiro e duas ali, se destacam. “Todas guardo com carinho, mas a de minha vó é uma preferida, é de 1892 e a mais nova boneca, ganhei da Giovanna, também guardo com amor”.
Miska ainda diz que, num futuro bem próximo, pretende criar o Museu das Bonecas, na casa de seu avô.
Em seu escritório, mais coleções. Esta são de instrumentos musicais em miniatura, onde a artista reservou um móvel inteiro para destacá-los. “Eu sou apaixonada por música, aliás, sou movida a artes”, lembra.
O desejo por pequenos objetos não é de agora. Miska é uma colecionadora nata de objetos pequenininhos, inclusive, realizou uma série inteira chamada ‘Pequenos Oratórios de Coisas Desúteis’ onde fez uma série de trabalhos na técnica ‘Assemblagem’, feitos em 2008, para a Exposição Individual no MARCO – Museu de Arte Contemporânea. Vale lembrar que a série contou com trechos da poesia de Manoel de Barros e Miska colocou parte de sua coleção de miniaturas de tudo que tinha, desde minibonecas, miniperfumes, minicacarecos e etc.
Sobre não sair de Campo Grande, a artista disse que só se ausentou, quando foi fazer faculdade no Rio de Janeiro. “Fiquei quase 5 anos longe, fiz Comunicação Visual, mas não consegui ficar por lá, minha base está toda aqui e nossa cidade é a melhor para se viver”.
Comunicóloga
Miska que se aposentou recentemente, ficou por 30 anos como servidora pública na cultura de Mato Grosso do Sul, ou seja, entende de fato e participou da construção da cultura do Estado.
Como ela mesmo nos contou, foram 10 anos da Fundação de Cultura e 20 anos na TV Educativa. Além de representar a cultura de MS, Miska também é cantora do grupo Masis Brasil, Trovadores do Tempo e realiza oficinas de mandalas.
“Eu não consigo e nunca consegui ficar parada, sou artista mesmo, fico em constante mutação e sempre fazendo ou produzindo alguma coisa…meu pai dizia que eu seria pintora, porque desenhava desde os sete anos e acho que ele tinha razão, porque me tornei uma artista”, pontua a entrevistada que tem mais de 40 anos de carreira nas artes.
Sobre viver de arte, na cidade em que ela nasceu e que comemora hoje, 116 anos de vida, Miska sente na pele – se não fosse servidora pública, que a sobrevivência de artistas locais é constante para se manter e reflete: ‘acompanhei a cultura se desenvolver, mas acredito que é uma luta diária, viver e ser artista em Mato Grosso do Sul”, diz uma das idealizadoras do programa ‘Som do Mato’, que deu visibilidade para a música de MS.
Dia a dia
Miska que foi casada por três vezes disse agora que é casada com a Netflix. Vegetariana por opção, retrata que ela mesma é quem prepara sua refeição e claro, prefere alimentos frescos e orgânicos. “Acho primordial cuidar da saúde e da alimentação assim como optar por pedalar, caminhar e etc… é saúde que dá o equilíbrio para o corpo e a mente; mas não abro mão também, de um chocolate, sou chocólatra assumida”.
Para finalizar o bate papo, perguntei a ela, resumir o que é arte. Refletiu: ‘arte é o meu veículo, é o que me move e eu tenho que trabalhar, porque ela é a minha missão’.
Veja a galeria de fotos da casa da artista:
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