Arquitetura: projeto resgata a história de Campo Grande através de seus prédios
A página no Facebook reúne registros fotográficos dos edifícios da cidade
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A página no Facebook reúne registros fotográficos dos edifícios da cidade
Em Campo Grande, como em qualquer outra cidade, os prédios contam a história. Por meio deles a cidade se fez e com eles se desenvolveu. Para resgatar a memória afetiva dos campo-grandenses e valorizar a beleza – muitas vezes escondida – dos nossos edifícios, um grupo de estudantes decidiu catalogar as nossas obras arquitetônicas.
Os registros fotográficos feitos pelos estudantes de Arquitetura e Urbanismo, Felipe Teixeira, Giovana Matsuda e Isadora Conciani, são publicados na página do projeto no Facebook.
A ‘Prédios de Campo Grande’ foi inspirada em outras fanpages, como a da cidade de São Paulo, onde a identificação com a arquitetura é maior. “Quando falamos em prédios não estamos falando sobre esses que se disseminam pela cidade por companhias de construção e engenharia, mas sobre os históricos”, diz Felipe.
O projeto foi criado em fevereiro e já deu super certo. São várias dicas diárias de pessoas que se identificam e querem sugerir prédios a serem registrados pelos estudantes. “Tirar as fotos e cuidar da página é algo muito satisfatório. Temos um carinho maior pelos prédios depois que postamos ele”.
A verticalização de Campo Grande foi iniciada em 1947, com a construção do Edifício Olinda na Avenida Afonso Pena esquina com a Rua 14 de Julho. De lá pra cá, muitos prédios incríveis foram construídos como o do Memorial da Cultura Apolônio de Carvalho, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, 559.
Como acontece com a maioria dos nossos edifícios a falta de manutenção, ou soluções equivocadas para problemas pontuais, comprometem o visual e a história das construções.
O memorial já foi sede de várias repartições públicas e originalmente tinha acesso ao térreo por uma escadaria que levava a um grande salão retangular constituído por um bloco perpendicular à rua.
No entanto, o edifício foi sensivelmente modificado e os terraços foram fechados, criando espaços internos com iluminação natural prejudicada.
“O que mais ocorre é o uso indevido da arquitetura na nossa cidade, mas em todas as outras. Muitos prédios foram modificados com o passar dos anos. Soluções indevidas são apresentadas por pessoas que não entendem de arquitetura. Isso prejudica não só a arquitetura no prédio, mas também a maneira como ele será utilizado dali pra frente”, explica Felipe.
História
É fácil encontrar prédios belíssimos repletos de história pelas ruas de Campo Grande. Um deles é o prédio do INSS, na Rua 7 de Setembro, 334. O cubo de concreto bem definido disfarça o volume de cinco pavimentos.
O prédio da Secretária de Fazenda também na Rua 7 de Setembro, é um dos destaques. Nele, quatro dos cinco andares são contemplados pelos estéticos e funcionais brises de concretos e janelas de vidro.
Localizado entre a Avenida Mato Grosso e a Avenida Calógeras, o moderno Hotel Gaspar foi construído em 1954 pelo arquiteto Joaquim Teodoro de Faria. Ocupando toda a esquina, o hotel tem cinco pavimentos divididos em 66 apartamentos. Janelas altas e largas criam uma composição de cheios e vazios que aparecem pela primeira vez em Campo Grande.
*Créditos das fotografias – Prédios de Campo Grande: Felipe Teixeira, Giovana Matsuda e Isadora Conciani.
*Descrição dos edifícios retiradas do Livro ‘Arquitetura em Campo Grande’, edição 1999.
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