Após escultura com 500 kg cair sobre o pé, guarda municipal investe no ramo das artes

A escultura de Padre Cícero, com mais de 500 Kg, caiu sobre o pé direito do artista 

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A escultura de Padre Cícero, com mais de 500 Kg, caiu sobre o pé direito do artista 

A mudança aconteceu em 2011. Diante do acidente que lhe quebrou o pé, veio a confirmação do que faria de sua vida: Joni Lima seria artista por dentro e por fora, e foi. Quatro anos depois, pouco restou do então guarda municipal e o episódio, esse, se tornou apenas uma passagem simbólica.

 “Hoje vejo com ingenuidade. Fui bobo por não ter a experiência necessária”, diz. Foi 1,75 metro de altura e 500 quilos de cimento e ferro em forma de escultura de Padre Cícero despencados sobre seu pé direito.  

“Foi fratura exposta. Fiquei um tempo parado, mas poderia ter sido muito pior”, lembra. Dali em diante, a estabilidade financeira já não interessava tanto e a possibilidade de ousar pareceu mais atrativa.

Por aqui, onde a ousadia não é bem recebida, o artista de 27 anos se firmou no seguimento da escultura. Já produziu e reformou centenas de peças. Entre as favoritas, destaca a reconstrução do Preto Velho na praça que leva o nome da entidade na Vila Progresso. “É um dos trabalhos que eu mais gosto. Foi maravilhoso ter participado”, recorda.

Com trabalho voltado para o segmento religioso, Joni já produziu diversos santuários para as mais diversas religiões. “Não é simples viver de trabalhos artísticos, por muito tempo foi bem instável. Mas hoje já posso dizer que as coisas estão caminhando”.

Mesmo apaixonado por grandes, pesadas e trabalhosas esculturas, Joni não é do tipo que dispensa trabalho. Há quatro meses ele abriu sua microempresa e agora produz e caracteriza fachadas de comércios. “É um trabalho novo que eu percebi pela demanda de alguns clientes. Poucas pessoas fazem esse tipo trabalho, com bonequinhos e etc. Eu também não sabia, mas aprendi a usar o material e as coisas estão indo”.

Crítico e consciente da importância de seu trabalho, Joni preserva em cada um deles o viés educacional. “Produzimos cultura, arte e isso é de uma responsabilidade enorme. Pra mim, não dá para trabalhar se não preservar o sentido da arte, que é comunicar, expressar e ser de acesso de todos também”.

Ao lado da companheira, ele comprou um terreno e vive a expectativa de se mudar para a primeira casa própria, com fachada decorada e esculturas por todos os lados, artista por dentro e por fora. 

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