Travessa que não existe para a Prefeitura é razão de dor de cabeça para moradores

Via com cratera enorme é responsável por sujeira e deslizamentos no Oitis

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Via com cratera enorme é responsável por sujeira e deslizamentos no Oitis

A Travessa Bambu, no Residencial Oiti, escancara a procrastinação do Poder Público Municipal em resolver problemas, que ele mesmo cria. O local, que fica na Zona Leste de Campo Grande, foi conferido pelo Midiamax na manhã desta terça-feira de Carnaval, que encontrou lá moradores nada satisfeitos com a Prefeitura de Campo Grande. O motivo é a sujeira e o deslizamento constante até dois meses atrás de pedras e terra que descem da Avenida Três Poderes, vizinha. 

“Toda vez que chove é esse problema, a gente liga, fala e fala mas o máximo que eles fazem é vir aqui e espalhar a terra e a sujeira na rua. Aí quando chove vem tudo de novo a terra e as pedras. Teria que fazer o asfalto e limpar o sistema de drenagem que existe mas mesmo depois que o prefeito reconheceu o problema disse que só poderia resolver depois da época de chuvas. Não paguei o IPTU ainda de raiva da Prefeitura”, diz o morador Thiago Nantes, que reside na Travessa Bambu há quase dois anos e até o final do ano tinha que juntar a sujeira em gente a sua casa e espalhar. Até que encontrou a solução de fazer um ‘montinho’ do entulho, que agora serve como um dick de contenção. 

O problema é que nas duas vezes que a equipe da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação) visitou a travessa, segundo o técnico de informática, desfez o ‘montinho’, e deixou a via plana, mas sem o cascalhamento necessário para evitar os deslizamentos. Thiago reclama ainda da sujeira de terrenos vizinhos e pelo fato de estar isolado, com casas abandonadas na sua vizinhança, que preocupam a Segurança de sua família. Ele mora com a esposa e um filho pequeno na residência. O IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano), que não foi pago ‘de raiva’ do Poder Público Municipal é de R$ 340,00. 

Não é particular a opinião sobre a Prefeitura, restrita apenas a Thiago e sua família. Quem passa pela Travessa Bambu, que sequer existe oficialmente para o Poder Público no trecho totalmente danificado, também ecoa a mesma queixa de esquecimento e descaso dos políticos. A erosão, a cada prefeito só tem aumentado igual à indignação dos moradores que precisam da via para ter acesso à Rua João Francisco Damasceno. 

“Seis anos que é isso aí. Três prefeitos e nada até agora. Cada vez é uma desculpa, ou que não existe no mapa da Administração Municipal, outra que é só nivelar, ou que daqui a pouco resolve. O carro só passa de primeira e a gente tem que ir bem rente ao mato”, diz o vigilante Ricardo Nascimento, que faz parte da Diretoria da Associação de Moradores. 

Cerca de 30 metros perto dali outra cena de negligência do Poder Público. Na Rua Hellaine de Moura Castro, os moradores chegaram a fazer um monumento que dá a entender como um bolo de aniversário e velas. A metáfora foi constituída a partir de montes de terra, oriundos do deslizamento da Travessa Bambú. Já prejudicada pela sujeira, a rua no dia em que o Midiamax conferiu estava simplesmente intransitável por conta do monumento popular. 

O Residencial Oiti foi inaugurado na gestão do prefeito Nelson Trad Filho, com 600 casas. O conjunto habitacional fica próximo ao bairro Maria Aparecida Pedrossian e ao Jardim Panorama.

Por conta do ponto facultativo, que se encerra às 13h00 da quarta-feira (18), o Midiamax não conseguiu contato com a Assessoria da Prefeitura de Campo Grande para saber sobre providências para esta região do Residencial Oiti. 

É público que a Administração Municipal pretende investir em 187 quilômetros de recapeamento e pavimentação em vias públicas do município. Estima-se que o custos dessas obras esteja projetado em R$ 196 milhões, oriundo do Banco de Desenvolvimento da América Latina, e mais R$ 311 milhões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), conforme foi dito pelo secretário municipal de Obras do município, Valtemir Brito, em declaração recente na Câmara Municipal.

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