O serviço que dá assistência aos pacientes deveria ser disponibilizado pelo SUS

A Promotoria de Justiça e Direitos Humanos de cobra, da Prefeitura, a garantia de assistência aos pacientes que pretendem passar pela cirurgia de mudança de sexo. Trata-se do Processo Transexualizador que consiste, por exemplo, em acompanhamento psicológico anterior e posterior à operação, bem como treinamento e formação de profissionais da saúde para melhor lidar com o tema.

De acordo com a promotoria, a intenção final é que a cirurgia seja realizada na Capital, já que os interessados sul-mato-grossenses precisam fazê-la em São Paulo. Todavia, até que isso seja disponibilizado, é preciso que o município dê o passo inicial dando apoio aos interessados.

Ainda de acordo com a promotoria, é sua função acompanhar e cobrar a execução deste serviço, que já deveria estar disponível em Campo Grande.

A presidente da ATMS (Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul), Cris Stefany, afirma que vem cobrando este serviço há muito tempo. Por conta da inexistência do apoio, ela revela que muitos travestis estão usando, erroneamente, silicones e hormônios, e, em vista dos resultados, há muitos suicídios.

“Infelizmente Campo Grande ainda não tem esse serviço, que se desdobra na endocrinologia, psicologia e fonoaudiologia específica para esses pacientes, entre outros. Nós acionamos a promotoria e sempre conversamos com o Conselho Municipal de Saúde”, explica Cris.

Neste sentido, o Conselho Municipal de Saúde, por meio do Grupo de Redução de Danos, já está procurando um imóvel na Capital a fim de atender esses pacientes.

“Temos um grupo procurando um local adequado, pois o Ministério da Saúde faz uma série de exigências e precisamos cumpri-las. Também temos mensurar a demanda deste no Mato Grosso do Sul, ou seja, é uma série de requisitos, mas o conselho está indo atrás”, destaca a conselheira Márcia Zen.

Outro lado

Por sua vez, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não foi notificada sobre a cobrança. Desta forma, a Sesau irá analisar e responder sobre a demanda assim que se interar sobre o assunto.

Todavia, ressaltou que, por ser um procedimento complexo, é preciso tempo e muito estudo até que o serviço seja disponibilizado pela Prefeitura por meio de financiamento do SUS.