Prefeitura entrega ‘remendo’ e moradores cobram mais proteção na Ernesto Geisel
Secretário de Obras da Capital disse apenas que a uma nova licitação deve ser feita ainda no 1º semestre
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Secretário de Obras da Capital disse apenas que a uma nova licitação deve ser feita ainda no 1º semestre
A Prefeitura de Campo Grande entregou o muro de contenção de águas pluviais no trecho da Avenida Ernesto Geisel que desmoronou no início do mês de janeiro, no Bairro Taquarussu. Apesar da liberação da via, a população ainda cobra melhorias, já que ainda há pontos desmoronados e sem qualquer proteção para impedir quedas no córrego.
O trecho ficou interditado por 25 dias e na semana passada a reportagem do Jornal Midiamax flagrou um acidente no local. “Os carros passam em alta velocidade aqui. Como estava mal sinalizado, um carro perdeu o controle depois de ser fechado por outro e bateu em três veículos que estavam estacionado”, contou o promotor de vendas, John Gentil, 28 anos.
Para o tapeceiro Francisco Rodrigues, 38 anos, que mora em frente ao trecho que desmoronou, a prefeitura precisa instalar um redutor de velocidade no local. “Tem um pouco da consciência do povo. O brasileiro se não dói no bolso não aprende”, frisou. Outro morador da região, que preferiu não se identificar, contou que durante as obras do muro de contenção, funcionários à serviço da prefeitura ‘jogaram fora concreto’ na outra margem do trecho desmoronado.
Existente desde 2012, ainda na gestão de Nelsinho Trad (PMDB), o projeto que prevê a revitalização da Avenida Ernesto Geisel, ao custo de pelo menos R$ 67 milhões ainda não saiu do papel.
“O objetivo nosso é que a Caixa já libere, o projeto que está lá, o mais rápido possível para iniciar poder iniciar as intervenções de recuperação. O objetivo é licitar ainda esse semestre”, disse o titular da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), Valtemir Brito, o Kako.
A reportagem esteve no local na tarde desta terça-feira (3) e flagrou carros em alta velocidade no trecho em frente ao muro de contenção construído, com um desnível no local, apenas o meio-fio separa veículos do córrego.
“Aqui a gente já viu cair carro, moto, bicicleta, pedestre, sem falar no mau cheiro e nos usuários de drogas que ficam embaixo das pontes”, contou o mototaxista Estefano Gouveia, 27 anos, que trabalha próximo ao shopping da região.
Trabalhando há quatro anos em frente ao córrego Anhaduizinho, a vendedora ambulante Neusa Moreira, 58 anos, conta dos perigos e acidentes que já viu no local sem proteção.
“Isso é perigosíssimo. Não tem o que segure. Faz um tempo uma senhora caiu num sábado a tarde ai dentro, e tem carro que cai direto (no córrego)”, disse Neusa.
Proteção
Questionado sobre a instalação de proteção na margem do córrego, os chamados guard rail´s, ou defensas metálicas, o secretario de infraestrutura revelou que a prefeitura prevê o mecanismo, mas sem prazo. “Esse é um objetivo, inclusive estamos preparando em toda a extensão, em função desses acidentes que ocorreram agora”, afirmou Brito.
O vereador Eduardo Romero (PTdoB) apresentou um projeto de lei que prevê a instalação do dispositivo em toda a extensão dos córregos de Campo Grande. A matéria, segundo o parlamentar, deverá ir a plenário ainda essa semana.
“O guard rail acaba sendo uma proteção para tentar evitar acidentes que com uma fechada ou uma batida o carro fica desgovernado e cai dentro do córrego. Isso tem acontecido com motocicleta, com pedestre e até ciclista”, frisa o vereador, que emendou que a proteção poderia ter ajudado a evitar a morte da adolescente Vitória Nunes, que no último dia 18 de janeiro acabou falecendo depois de cair no córrego, quando o namorado, Thiago Ângelo de Lima, perdeu o controle da motocicleta e só não caiu porque bateu em uma árvore.
Romero ainda não tem uma previsão de quanto custaria a instalação de proteção ao longo da margem dos córregos da Capital, mas pontua que a medida não seria necessário em toda a avenida, haja vista que alguns pontos há bastante espaço entre o córrego e a via. “O projeto especifica que seja feito um estudo junto com a Agetran e Seintrha nos pontos mais críticos”, finaliza. O projeto ainda precisa de duas votações, e aprovação, antes de seguir para sanção do prefeito, que pode sancionar ou vetar a medida.
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