Uma campanha, via WhatsApp, convoca simpatizantes; a manifestação inicia-se nesta sexta-feira

Uma campanha, que circula na internet e pelo WhatsApp, pretende barrar a entrada de estudantes da Universidade Anhanguera nesta sexta-feira (27). De acordo com estudantes e manifestantes, haverá o fechamento dos portões da universidade no horário de entrada, por volta das 18 horas.

De acordo com um líder do movimento, que preferiu não se identificar, o objetivo da manifestação é reclamar da alta das mensalidades. No curso de medicina, por exemplo, o reajuste saltou de R$ 8 mil para R$ 10 mil. Desta forma, o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) se nega a cobrir o reajuste. “Vamos fechar os portões para chamar a atenção das autoridades”, alerta.

A fim de convocar simpatizantes, um cartaz com os dizeres: “Atenção! Você que é aluno do Fies e também está insatisfeito com o reajuste abusivo da nossa universidade, junte-se a nós nas manifestações abaixo: sexta (27/02/2015) e terça (03/03/2015) às 18 horas”.

A estudante de administração, Jaqueline Fermau, de 20 anos, destaca que foi orientada a não desobedecer aos manifestantes para evitar possíveis agressões. “Pessoas que trabalham na Uniderp me disseram para eu tomar cuidado, para não querer entrar à força, pois o nervosismo pode tomar conta”, diz.

A estudante afirma que o clima na universidade é um pouco tenso e que há muitos alunos insatisfeitos. Desta forma, a possibilidade de adesão ao movimento é grande. “Todos estão reclamando do descaso da reitoria. No curso de engenharia, por exemplo, está faltando três professores há meses, pois não foram contratados e os funcionários respondem com desleixo sobre a reposição das aulas. Ninguém sabe de nada por lá”, revela.

Outro lado

Por outro lado, a assessoria de imprensa da Uniderp informou que uma manifestação é um ato democrático. Desta forma, não haverá coibição. A universidade diz, ainda, que na noite de última quinta-feira (26) houve uma reunião, da qual participaram alunos e representantes da instituição, para esclarecer os acadêmicos sobre o aumento das mensalidades.

Quanto ao reajuste, a Uniderp ressalta que as universidades são livres para aumentar a mensalidade, contudo, o MEC (Ministério da Educação e Cultura) baixou uma portaria fixando o reajuste do Fies em até 6,4%, ou seja, não pagaria mais o reajuste integral como era feito. A Uniderp destaca que vai achar uma solução para ajudar os alunos a pagarem a parte da mensalidade não abrangida pelo Fies.

Por fim, a Uniderp afirma que o montante arrecadado com o reajuste será investido em melhorias na infraestrutura da universidade, tais como  investimento em laboratórios, aquisição e reposição de acervo da biblioteca, contratação e retenção de corpo docente e manutenção de salas de aula.

A equipe de reportagem entrou nem contato com o MEC para comentar o motivo da fixação de um teto para o reajuste, mas, até o fechamento deste texto, não houve retorno.

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Na última quarta-feira (25), cerca de cem alunos da faculdade de medicina se reuniram em frente da Uniderp para reclamar do aumento das mensalidades. A acadêmica Mariane Menezes, de 21 anos, está no 1º ano de medicina. Ela diz que a mensalidade custa R$ 10 mil e que com o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), paga 8 mil, no entanto, o mesmo não ocorre com outros estudantes da mesma classe.

“Uma das minhas colegas paga R$ 9.500 e o valor é diferente para cada um dos alunos do curso. Não conseguimos entrar por uma ação conjunta por isonomia na mensalidade. Queremos ver a planilha de custo, mas a reitoria não apresenta”, declara.