Mais de 70% dos servidores da Capital afastados são da Saúde

IMPCG admite possibilidade de fraude, mas diz que casos não têm relação com ‘farra’

Do total de servidores municipais de Campo Grande afastados por doença, atualmente, 70,97% são da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). A pasta investiga uma suposta ‘farra de atestados’, que envolveria até médicos usando os documentos para faltarem ao trabalho sem terem qualquer tipo de enfermidade.

Conforme dados registrados pelo IMPCG (Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande), até a manhã dessa quinta-feira (22), 541 servidores municipais estavam afastados. Destes, 29,39% são da Semed (Secretaria Municipal de Educação) e 70,97% da Sesau.

Só em dezembro do ano passado, a Sesau teve 820 atestados médicos apresentados. A suspeita, segundo o chefe da pasta, Jamal Salem, é de que pelo menos a metade sejam para acobertar simples faltas ao trabalho – ou seja, o servidor não está doente.

Segundo a chefe do IMPCG, o IMTI (Instituto Municipal de Tecnologia da Informação) trabalha no sistema de informação que identifica os setores de cada profissional afastado e o motivo do afastamento. No entanto, o sistema está em fase de implantação e não é possível fazer o levantamento dos dados.

“Temos como ter cada uma dessas informações, mas o nosso sistema ainda está sendo implantado e, no momento, não conseguimos fazer esses levantamentos”, explicou Liliam Maksoud. Segundo ela, o instituto trabalha na identificação dos servidores afastados por mais de dois anos e que podem ser aposentados, conforme o tempo de serviço. “Estamos desenvolvendo esse trabalho desde outubro do ano passado. Essa é uma forma de sabermos quem realmente está doente ou quem pode voltar ao trabalho”, detalhou.

De acordo com a diretora-presidente do IMPCG, desde outubro do ano passado, 18 profissionais do município foram aposentados por problemas de saúde e outros três decidiram voltar às suas atividades. A partir da próxima quinta-feira (29), 32 servidores afastados há mais de dois anos serão convocados gradativamente ao Instituto para que possam ser reavaliados.

Além do trabalho de reavaliação dos servidores, a diretora-presidente do IMPCG destacou que os profissionais do município afastados por problemas de saúde passam por acompanhamento. Muitos são designados a trabalhar em outros setores dentro da área de atuação. 

*Após a publicação desta matéria, o setor de recursos humanos do IMPCG entrou em contato com o Jornal Midiamax para explicar que o próprio órgão incluiu, entre os servidores da Sesau, o número de agentes comunitários de saúde, resultando na soma de 70,97%. No entanto, a mesma fonte informa que, apesar de este pessoal trabalhar para a Sesau, para fins de procedimentos burocráticos não são contabilizados como servidores da pasta. Considerando somente os servidores da Sesau, o percentual de afastados é de 42,26%.