De volta, transplantes de rim na Santa Casa dependem de doador

Presidente da ABCG diz que órgãos de doadores não vivos não são doados por decisão da família

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Presidente da ABCG diz que órgãos de doadores não vivos não são doados por decisão da família

Suspenso desde dezembro de 2013, o transplante de rim na Santa Casa da Misericórdia de Campo Grande foi autorizado. A autorização foi concedida em julho do ano passado, no entanto, ainda não havia a quantidade de médicos nefrologistas exigida pelo Ministério da Saúde. Atualmente, com o dobro de profissionais necessários, o problema é a falta de doadores.

Em coletiva realizada nesta quinta-feira (12), o presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), Wilson Teslenco, explicou que o Ministério da Saúde exige no mínimo dois médicos nefrologistas. Depois de 1 ano e 3 meses sem realizar tranplante renal, a Santa Casa vai reabrir o procedimento com o dobro de profissionais.

“Temos quatro neforlogistas e cinco urologistas, além da equipe de enfermagem. A expectativa é de no próximo ano, sejam 6 nefrologistas”, declara. Teslenco destaca que durante o período em que os transplantes foram suspensos, médicos e enfermeiros passaram por treinados no Hospital do Rim em São Paulo (SP) e agora estão capacitados para realizar todos os procedimentos.

“A estrutura de equipe, equipamentos, espaço físico e processos está toda preparada para retomar os transplantes renais, quer seja com doadores vivos, ou doadores não vivos. Estamos na dependência de haver o órgão para a realização desse transplante”, ressalta.

Com a dificuldade em encontrar doador, a Santa Casa recomenda que os pacientes se informem no setor de nefrologia. “Orientamos àquele paciente que possuí o seu doador vivo, que procure o setor de nefrologia da Santa Casa para que possam ser agendados os exames necessários para o procedimento, havendo condição física tanto do doador quanto do paciente, o transplante será feito”, garante.

A paciente Damiana Martins Cardoso, de 35 anos, por exemplo, faz tratamento desde janeiro, deve realizar o transplante com o apoio da irmã. “Ela vai fazer os exames para ver se é compatível. Se for poderei fazer o transplante”, relata. O presidente da ABCG também destaca que um dos grandes impedimentos de conseguir um doador de órgão é o não consentimento, em caso de doadores não vivo.

“Fazemos um apelo para que as famílias estejam abertas a possibilidade de doar órgão das pessoas falecidas para que possa proporcionar condições para que os renais crônicos sejam atendidos e tenham um ganho na qualidade de vida”, explica. A Santa Casa não soube informar o número de paciente a espera de transplante renal.

Transplantes suspensos – Em outubro do ano passado, a Vigilância Sanitária Estadual suspendeu o transplante de córnea. Segundo o presidente da ABCG,  o hospital já realizou as adequações exigidas e apresentou proposta, no entanto, até o momento não obteve resposta.

A expectativa é de que o transplante possa ser realizado em poucos meses, porém, enquanto não houver retorno por parte da Vigilância Sanitária Estadual, não é possível especificar o prazo.

O transplante de coração também está suspenso sem data prevista para que o procedimento seja retomado.

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