Prefeitura declarou que está ciente dos problemas

Inaugurada em 2013, a Orla Ferroviária foi feita para revitalizar parte do Centro de Campo Grande e fazer do espaço uma grande praça de alimentação; no projeto inicial os vagões seriam usados como lanchonete e atenderiam o público.

O projeto, que teve como fundamento a recuperação do leito da histórica Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB), atualmente está abandonado com diversos espaços ocupados por traficantes e usuários de entorpecentes.

Durante todo o trajeto, que começa no cruzamento das avenidas Calógeras e Mato Grosso e termina no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Noroeste, é possível notar depredação nos vagões, alguns banheiros estão sujos e com indícios de serem pontos de uso de droga.

A poluição visual também está presente nas pichações em paredes, bancos, passarelas, lixeiras, nos vagões, placas de trânsito e até mesmo no chão. As pichações em lixeiras são feitas nas que restaram, afinal, em diversos pontos há falta delas porque foram arrancadas e furtadas. Na Orla também falta de corrimão e grades de proteção em alguns pontos mais altos. A falta desses materiais não é porque a Prefeitura não colocou quando o projeto foi entregue, mas sim porque foram arrancadas pela população.

O trabalhador florestal Werintom Pedroso, de 26 anos, mora no Bairro Vespaziano Martins. Segundo ele, no bairro não há espaço de lazer, nem praças. “Aqui tem e o povo não cuida, tinha que dá valor. O que mais se vê aqui é vandalismo. A Prefeitura tinha de colocar guardas, mas se o povo tivesse conscientização não seria necessário. Como não tem o jeito é colocar a polícia para cuidar”, ressaltou.

Durante a caminhada por todo o projeto a equipe do Jornal Midiamax notou usuários e traficantes, fazendo normalmente o comércio de drogas pelo local. Um senhor que preferiu não se identificar mora ali perto e garante que o espaço é bonito. “Aqui é muito bonito, mas falta segurança. A gurizada vem aqui e faz o que quer. Não respeita a Guarda, só a PM (Polícia Militar)”, afirmou.

Entre os nove vagões que foram construídos para receber comerciantes, apenas dois estavam funcionando na tarde desta quinta-feira (12), uma empresária que não quis se identificar afirmou que já foi assaltada várias vezes e que trabalha no local porque precisa.

Ela se mostrou indignada com os empresários que abandonaram os vagões e acredita que a Prefeitura deve entregar os pontos abandonados para quem deseja trabalhar. “Aqui é um lugar bonito, mas precisa de investimento e segurança. Está tudo abandonado, polícia aqui só em dezembro. Como se a gente só estivesse aqui em dezembro, estamos aqui o ano todo”, ressaltou.

Outro empresário acredita que se a Prefeitura tornar o local habitável, sem os usuários de droga, a população começaria a frequentar de forma natural. “O drogado só ocupa porque não tem gente aqui”, concluiu.

Prefeitura

A Prefeitura de Campo Grande declarou por meio de nota que está ciente dos problemas e tem projetos em fase de criação para incentivar os campo-grandenses a frequentarem a Orla efetivamente.

Confira na íntegra a nota da Prefeitura de Campo Grande

Projetos estão sendo discutidos para tirar a Orla dessa situação, as fontes estão em reunião no Planurb, a pasta que está a frente das discussões. De toda forma, a prefeitura está ciente deste problema e tem projetos em fase de criação, para incentivar que campo-grandenses frequentem a Orla efetivamente.

Dentre as discussões, estão à revitalização da estrutura em pontos específicos, implementação de câmeras de segurança e de postos de guardas municipais, porém, esses projetos ainda não passaram por estudos de impacto, orçamento, etc.