Ato ecumênico em apoio aos indígenas reúne lideranças na AL-MS
Sentados em círculo, os indígenas
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Sentados em círculo, os indígenas
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul abriu as portas na tarde desta quarta-feira (7) para um ato ecumênico realizado por diversas entidades que apoiam a causa indígena. Sentados em círculo, os indígenas rezaram e pediram as demarcações de terras para o fim dos conflitos com os proprietários rurais. Presente no ato, o presidente nacional do Conselho Missionário Indigenista (Cimi), Roque Paloschi, falou que a entidade não se abala com a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) – que investiga sua atuação -, mas que a vê como uma oportunidade para que o mundo conheça a real situação indígena no Estado.
“Não temos nada a esconder. Pelo contrário, é uma chance de mostrarmos o sofrimento destes povos, aos quais nós apenas levamos a solidariedade por meio da fé. Queremos que ela abra caminho para uma investigação quanto às mortes indígenas. É fácil criminalizar um povo oprimido em uma sociedade opressora”, criticou o religioso. Ainda segundo Paloschi, o Cimi contabiliza que nos últimos 12 anos 390 indígenas foram assassinatos em Mato Grosso do Sul e mais de 600 cometeram suicídio.
“Até hoje não vimos ninguém ser preso. Não há sequer um canal de diálogo. Queremos uma CPI para investigar essas mortes”, afirmou Romi Bencke, do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs. Com cartazes pedindo CPI do Genocídio, indígenas contaram sobre a insegurança nas aldeias e negaram que o Cimi influencie nos conflitos agrários que, no entendimento deles, deve ser considerado como retomada de terras tradicionalmente indígenas. “A luta indígena já tem 500 anos e o Cimi só 40 anos. Como podem achar que eles nos influenciam? A decisões de ocupações são nossas”, explicou o indígena Lindomar Terena. Os deputados da bancada do PT apoiaram o ato. “Estamos prestando solidariedade aos povos e ao Cimi, por ser uma entidade que promove o apoio a eles. O ato é em celebração da vida, da justiça e da paz, pois a paz só acontece quando direitos são respeitados e aqui eles pedem respeito”, finalizou o líder da bancada, Pedro Kemp.
Também participaram os petistas Amarildo Cruz, Cabo Almi e João Grandão. Além das já citadas, participaram do ato representantes da Igreja Anglicana, da Comissão pastoral da Terra, da Coordenadoria Ecumênica, da Aliança Brasileira das Igrejas Batista, Igreja Presbiteriana, Igreja Presbiteriana Unida, Koinonia Camdomblé, Conselho Latino-americano de Igrejas, Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, Fundação Luterana de Diaconia, Rede Jubileu Sul, Coordenadoria Ecumênica de Serviço, Cáritas Brasileira, Conselho de Missão entre Povos Indígenas, Rede Ecumênica de Juventudes, Kerkinactie (Holanda) e do Centro Estudos Bíblicos. Em Mato Gosso do Sul há nove etnias indígenas registradas pelo Cimi: Guarani, Kaiowá,Terena, Kadiweu, Kinikinau,Ofaié, Atikum, Kamba e Guató. Ao final do ato, os indígenas se propuseram a pernoitar na Assembleia Legislativa até a aprovação da CPI que investigue as mortes nas aldeias. O deputado Pedro Kemp (PT) apresentou um requerimento nesta quarta-feira propondo a criação de uma CPI para investigar “a ação/omissão do Estado de Mato Grosso do Sul nos casos de violência praticados contra os povos indígenas no período de 2000 a 2015”.
Os índios definiram por deixar a Casa de Leis após serem recebidos pelo presidente Junior Mochi (PMDB), a pedido de Kemp e Grandão que permaneceram no local, e se comprometer a publicar o ato de criação da CPI após parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) na próxima quarta-feira. “Temos que respeitar o regimento interno da Assembleia. Não cabe a mim a instauração de imediato. Preciso do parecer confirmando que o requerimento cumpre os requisitos para a criação de uma CPI, só assim publico o ato e então as lideranças indicam os membros”, concluiu o presidente.
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