Torcedor comum do Corinthians condena organizada por invasão

Os torcedores comuns do Corinthians não se sentem representados pela invasão ao CT Joaquim Grava protagonizada por cerca de 200 membros de torcidas organizadas. O episódio contou com agressões aos atletas e até roubos. Na noite de quarta-feira, antes da derrota por 2 a 0 para o Bragantino, a reportagem ouviu alguns corintianos que não […]

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Os torcedores comuns do Corinthians não se sentem representados pela invasão ao CT Joaquim Grava protagonizada por cerca de 200 membros de torcidas organizadas. O episódio contou com agressões aos atletas e até roubos. Na noite de quarta-feira, antes da derrota por 2 a 0 para o Bragantino, a reportagem ouviu alguns corintianos que não participam de organizadas e colheu relatos semelhantes.

Para a maioria, a ideia de “jogar por terror” por meio das ameaças só piora a situação. Houve até quem afirmou que o momento de incertezas em relação ao Brasileirão possibilita que insatisfações como a do torcedor com o time se transformem em conflitos como o visto nas dependências do Corinthians.

“O momento da CBF, de virada de mesa, de briga na Justiça para definir quem vai ser rebaixado e quem não vai, favorece tudo isso”, afirma o comerciante Renato Ceresini, 33. “O futebol é um retrato do nosso país. Foi assim durante a ditadura militar, na Copa de 70 e é assim agora”, complementa o consultor de marketing Nicolas Ramos, 34.

Para Ramos, a coação das organizadas não traz efeito positivo. “Se eles acham que esse “joga por terror” existe, isso só prejudica. Se você pegar os últimos episódios em que isso aconteceu, mandaram o Edilson embora, o Roberto Carlos embora…”, analisa. O analista administrativo Milton Mitsuo reforça a opinião: “De dez jogadores que ouviram essas coisas e foram ameaçados, nove vão jogar pior, tenho certeza”, conta.

Os adjetivos que condenam a invasão ao CT são diversos. O comerciante Thomaz Cardoso, 22, fala em “sacanagem” e “covardia” com os jogadores, e sugere: “se quer protestar, fique de costas para o jogo na arquibancada, fique em silêncio”. Logo depois, a principal organizada corintiana faria algo parecido. Passou 40 minutos em silêncio e só começou a gritar e cantar no fim do primeiro tempo, em protesto. Antes, a atitude gerou conflito entre organizadas e fez com que a Polícia Militar separasse torcedores no setor amarelo das arquibancadas. “Diretoria é a maior culpada, não tiveram lábia para manter o Tite e criaram essa situação. Com o Andrés, por exemplo, foi diferente”, completa Cardoso.

Houve também torcedores que se revoltaram pela agressão ao atacante peruano José Paolo Guerrero, estrangulado por torcedores na invasão. “Isso é uma barbárie. Não tem motivo para isso. É péssimo, falta de reconhecimento de um ídolo que fez história pelo clube”, diz o advogado Geraldo Barbosa, 53. “A diretoria é a maior culpada por isso. Não conseguiu entender um momento de transição”, diz.

Há ainda outros torcedores que criticam a organização interna das organizadas. Afirmam que faltou liderança às principais torcidas uniformizadas do clube para vetar um movimento que não foi unânime nem dentro das organizadas.

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