Tecnologia pode estar matando a habilidade para ler emoções, diz estudo

Com certeza, toda criança sabe ler emoticons. Mas um novo estudo sugere que tanto tempo de tela está tornando cada vez mais a intepretação de emoções da vida-real pelas crianças. A pesquisa sugere que, quanto mais as crianças usam a mídia digital, mais suas habilidades sociais diminuem. “A diminuição da sensibilidade de sinais emocionais — […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Com certeza, toda criança sabe ler emoticons. Mas um novo estudo sugere que tanto tempo de tela está tornando cada vez mais a intepretação de emoções da vida-real pelas crianças.

A pesquisa sugere que, quanto mais as crianças usam a mídia digital, mais suas habilidades sociais diminuem.

“A diminuição da sensibilidade de sinais emocionais — perder a habilidade de decifrar as emoções das pessoas — é um dos custos” do uso intenso de celulares e computadores, disse a co-autora do estudo, Dra. Patrícia Greenfield, professora de psicologia da Universidade da Califórnia, em Los Angeles.

Mas o estudo sugere um possível remédio: basta ficar alguns dias desplugado e cultivar mais interações face-a-face para que as habilidades sociais apresentem melhora, disseram os pesquisadores.

Para o estudo, os pesquisadores fizeram testes com dois grupos de pré-adolescentes. Um grupo incluiu 51 pré-adolescentes que estava participando de um acampamento de cinco dias, que proibia o uso de eletrônicos.

O outro grupo incluiu 54 pré-adolescentes que não estavam no acampamento e, portanto, podiam usar eletrônicos.

Os testes — que foram dados tanto antes quanto depois do acampamento — demandavam que as crianças identificassem emoções retratadas em fotos de expressões faciais e em vídeos de atores representando cenas dramáticas.

O que os pesquisadores descobriram?

Após o período de cinco dias, as crianças que foram ao acampamentos se saíram muito melhor que as outras crianças ao ler expressões faciais.

Na verdade, a média de erros no teste caiu de 14 para 9 após o acampamento. No teste de vídeo, os campistas passaram de 26% de acertos para 31%, relatou o Los Angeles Times.

Como os pesquisadores sabem que foi esse tempo longe dos eletrônicos que melhoraram as habilidades sociais dos campistas — e não a participação dos pré-adolescentes em atividades do acampamento e tempo ao ar livre?

“Não podemos ter certeza de que foi o tempo longe dos eletrônicos”, disse a co-autora do estudo Yalda Uhls, pesquisadora da UCLA, ao Huffington Post via email.

“No entanto, nós acreditamos que o tempo longe dos eletrônicos significa que eles tiveram mais cara-a-cara e e que isso contribuiu para a melhora… O estudo pareceu sublinhar a intuição de muitos pais.”

Uhls acrescentou que, à luz das novas descobertas, pais de crianças obcecadas por tecnologia podem querer que suas crianças cortem o tempo com eletrônicos, assegurando-se que todo mundo da família passe o tempo suficiente desconectados.

O estudo foi publicado online no jornal Computers in Human Behavior, em 15 de agosto de 2014.

Conteúdos relacionados