Taxa de inadimplência em outubro é a menor desde 2010

O atual ambiente de economia mais fraca de incertezas relacionadas ao quadro eleitoral reduziram a parcela de famílias endividadas em outubro, que atingiu 60,2% dos entrevistados pela Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços, e Turismo (CNC) — parcela menor do que a de setembro deste ano (63,1%) e a de outubro de 2013 (62,1%). […]

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O atual ambiente de economia mais fraca de incertezas relacionadas ao quadro eleitoral reduziram a parcela de famílias endividadas em outubro, que atingiu 60,2% dos entrevistados pela Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços, e Turismo (CNC) — parcela menor do que a de setembro deste ano (63,1%) e a de outubro de 2013 (62,1%).

Para a economista da CNC, Marianne Hanson, o consumidor tem dúvidas em relação à trajetória futura da economia e do mercado de trabalho e antecipou em outubro a quitação de débitos, normalmente feita nos meses de novembro e dezembro devido ao pagamento de bônus e décimo terceiro salário.

Na prática, esse movimento favoreceu os indicadores de inadimplência da CNC, que registraram neste mês o mais baixo patamar em quase cinco anos. Nesta quinta-feira, a confederação divulgou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), que entrevistou 18 mil consumidores no país. Dos endividados, 17,8% disseram ter débitos em atraso — percentual inferior ao de setembro deste ano (19,2%) e ao de outubro do ano passado (21,6%).

— Foi o menor patamar da história da Peic, iniciada em janeiro de 2010 — acrescentou Marianne.

A especialista informou ainda que, na pesquisa, entre os endividados, 5,4% informaram em outubro não ter condição de quitar seus compromissos, parcela menor do que a de setembro deste ano (5,9%) e a de outubro do ano passado (7,3%).

— Esse percentual também foi o menor da história da pesquisa — afirmou ela.

Para Marianne, embora o quadro seja favorável, não deve ser entendido como uma notícia totalmente positiva. Isso porque esse sentimento de cautela do consumidor, de antecipar pagamento de dívidas, decorre de uma preocupação em relação à economia brasileira nos próximos meses.

— Nós sabemos que o crédito cresce a um ritmo mais baixo — lembrou ela. — Mas também temos esse quadro geral de economia mais fraca, e não se sabe como isso vai continuar afetando o mercado de trabalho — alertou a especialista.

Ela comentou ainda que o quadro eleitoral ainda indefinido, com possibilidade de mudança de gestão econômica ou não, também aumenta incerteza das famílias com o futuro — o que foi um fator a mais para elevar a cautela do brasileiro em compras, em outubro, bem como em se comprometer com novas dívidas.

— Podemos dizer que o fator principal que está dirigindo esse cenário é o quadro de economia mais fraca — comentou.

Marianne informou ainda que os indicadores de inadimplência também foram beneficiados pela opção do consumidor em modalidades de crédito com perfil de risco mais baixo e prazo mais longo. Entre as modalidades de dívida mais lembradas pelo brasileiro em outubro, o cartão de crédito mais uma vez ocupa a primeira posição, sendo lembrada por 74,7% dos endividados, seguida carnês (17,3%); e financiamento de carro (14,1%).

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