Serviço de quimioterapia contesta irregularidades apontadas pela vigilância sanitária

O Centro de Oncologia e Hematologia de Mato Grosso do Sul, que existia apenas para prestar serviço de quimioterapia para a Santa Casa de Campo Grande, contestou nesta semana todas as irregularidades apontadas pela vigilância sanitária do Estado sobre o serviço, encaminhadas para a clínica e para a polícia civil. O advogado constitucionalista e ex-assessor jurídico do […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O Centro de Oncologia e Hematologia de Mato Grosso do Sul, que existia apenas para prestar serviço de quimioterapia para a Santa Casa de Campo Grande, contestou nesta semana todas as irregularidades apontadas pela vigilância sanitária do Estado sobre o serviço, encaminhadas para a clínica e para a polícia civil.

O advogado constitucionalista e ex-assessor jurídico do CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul) André Borges disse que os quatro médicos que eram proprietários do Centro receberam notificação da vigilância na véspera da rescisão do contrato com a Santa Casa.

Dos oito pontos contestados pelo órgão, nenhum teria fundamento, segundo o advogado, que enviou a argumentação dos médicos no último dia 11 a vigilância. “O órgão levou documentos que disse, na notificação, não ter tido acesso”, afirmou.

A vigilância acusa a clínica de não ter licença sanitária, não apresentar registros de treinamento de funcionários, (inexistência de boas praticas de funcionamento do serviço de terapia antineoplásica, inexistência de livros de registros de preparo de terapias antineoplásicas, anotações realizadas por profissional que atuava em expediente diferente da manipulação e da infusão quimioterápica, não apresentação dos cálculos das doses prescritas e dos volumes a serem transferidos para os diluentes, não possuir planilhas de programação das terapias antineoplásicas a serem realizadas, não possuir registros da avaliação clínica nos prontuários analisados, quebra de rotina na manipulação quimioterápica contrariando as boas práticas de manipulação e preparo de medicamentos), não apresentação de protocolos de prescrição e de acompanhamento clínico dos pacientes, deixar de implantar ações de prevenção e de controle de infecção e de eventos adversos, deixar de notificar eventos adversos que evoluíram para óbitos, no prazo legal de 72 horas,  manter frascos de medicamentos abertos sem identificação e manter produtos e artigos de uso único (sondas gástricas e uretrais) reprocessados.

“Todas os itens foram contestados. Os médicos estão colaborando diariamente com a polícia civil para esclarecer os fatos, encaminhando documentos e fazendo o que podem. É do interesse deles esclarecer a verdade”, afirmou o advogado.

A polícia investiga o caso e já realizou a exumação dos corpos para obter laudos necroscópicos dos mesmos e tentar descobrir a causa da morte dos três pacientes.

Conteúdos relacionados