‘Sem lazer’: 140 mil trabalhadores sobrevivem com salário mínimo em Campo Grande
Mesmo após o governo federal estimar um reajuste do salário mínimo dos atuais R$ 724 para R$ 788, trabalhadores e aposentados que ganham até um salário afirmam que este montante só atende às necessidades básicas. Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em Campo Grande há 140 mil pessoas, em atividade, […]
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Mesmo após o governo federal estimar um reajuste do salário mínimo dos atuais R$ 724 para R$ 788, trabalhadores e aposentados que ganham até um salário afirmam que este montante só atende às necessidades básicas. Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em Campo Grande há 140 mil pessoas, em atividade, nesta situação. Por sua vez, há 169 mil trabalhadores que recebem de 1 a 2 salários; 51 mil pessoas (de 3 a 5 salários); 43 mil (de 5 a 10); 16 mil (de 10 a 20) e apenas 7 mil pessoas que ganham mais de 20 salários.
De acordo com o vigia noturno, Francisco Godoy, que ganha só um salário mínimo, as pessoas na mesma situação dele só têm dinheiro para pagar contas. “Eu não tenho lazer nenhum. Saio do trabalho e vou para casa. Não sobra nada nem para comer uma pizza”, relata.
Para a professora Lucilia Damiana Bezerra, que ganha dois salários mínimos, só é possível pagar a alimentação e moradia. “Se eu já passo sufoco, imagina quem ganha menos. Não conseguiria viver”, acentua.
A aposentada Neusa dos Santos, de 62 anos, afirma que só recebe da previdência um salário. Segundo ela, só é possível sobreviver porque na sua casa moram outras pessoas que dividem as despesas. “Junto com meu marido e meu filho, que trabalham, consigo pagar as contas, mas não sobra nada”, adverte.
Nesse sentido, de acordo com o presidente do Sindnapi-MS (Sindicato dos Aposentados de Mato Grosso do Sul), Jânio Batista de Macedo, dos 298 mil aposentados no Estado, 208 mil recebem até um salário. Isto representa 70% do total.
“Os aposentados perdem, a cada ano, o poder de compra. Quem recebia, por exemplo, há 3 anos o teto, hoje ganha menos. Esta desvalorização é mais sentida pelos idosos que recebem até 2 salários”, frisa.
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