Restos de uísque são capazes de purificar a água

A pesquisadora Leigh Cassidy, da Universidade de Aberdeen, na Escócia, desenvolveu um método que pode revolucionar o tratamento de água no mundo todo. Utilizando os resíduos da produção de uísque, a especialista conseguiu eliminar da água o arsênico, substância contaminante encontrada no solo, que causa a morte por envenenamento de várias pessoas no mundo. Sabendo […]

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A pesquisadora Leigh Cassidy, da Universidade de Aberdeen, na Escócia, desenvolveu um método que pode revolucionar o tratamento de água no mundo todo. Utilizando os resíduos da produção de uísque, a especialista conseguiu eliminar da água o arsênico, substância contaminante encontrada no solo, que causa a morte por envenenamento de várias pessoas no mundo. Sabendo aproveitar a bebida até a última gota, a cientista já desenvolve projetos concretos para a aplicação da nova técnica sustentável.

Com objetivo de encontrar uma solução para a poluição da água no Reino Unido, Leigh desenvolveu a nova técnica, depois de verificar que o insumo gerado após a fermentação da bebida, chamado de borra, poderia ser um agente eficaz na limpeza da água contaminada. Segundo o jornal The Guardian, são as cascas de cevada encontradas na mistura que são usadas na filtragem do arsênico, formando um filtro com os resíduos dos grãos.

No laboratório da Universidade de Aberdeen, a cientista modificou as sobras do uísque e adicionou um ingrediente secreto, criando o filtro DRAM (siga em inglês para Dispositivo para Remediação e Atenuação de Múltiplos Poluentes). Com o sucesso das experiências, o método de purificação rendeu à pesquisadora uma parceria com a empresa social canadense PurifAid, que tem por objetivo levar a técnica aos locais em que a população sofre com a contaminação da água e do solo por arsênico.

A intenção é comercializar cada filtro DRAM por dez dólares, e o primeiro destino da equipe é Bangladesh, país asiático que tem o solo contaminado por altos níveis de arsênico. Por lá, estima-se que uma em cada cinco mortes são causadas pela ingestão da substância. São cerca de 77 milhões de pessoas ameaçadas pela propriedade nociva, mesmo com pesados investimentos públicos para a obtenção de água potável e projetos de aproveitamento da água da chuva.

Além do método de filtragem, os escoceses já descobriram diversas utilidades para o uísque, que vão além da mesa do bar e das festas. Devido ao alto teor energético, o scotch pode produzir combustíveis limpos e já é utilizado na geração de eletricidade – é o caso da usina Helius Energy, que leva energia renovável a mais de nove mil residências escocesas.

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