Pesquisadores decifram genoma completo do salmão do Atlântico

Pesquisadores de Chile, Noruega e Canadá anunciaram nesta terça-feira (17) que conseguiram decifrar integralmente o genoma do salmão do Atlântico, um importante marco na ciência em nível mundial. O salmão do Atlântico é a espécie mais valorizada no mercado externo, mas também a mais vulnerável a doenças. Ano passado foram cultivados no Chile 400 mil toneladas, com um valor de US$ 1,3 bilhão.

“Esta conquista foi possível graças a cinco anos de pesquisa colaborativa entre Canadá, Noruega e Chile, e aumentará a produtividade do setor e melhorará a conversão alimentar”, disse o vice-presidente executivo da Corporação de Fomento do Chile (Corfo), Eduardo Bitran.

O responsável da Corfo ressaltou a importância de “se valer da comunidade científica para impactar de forma significativa a atividade econômica de um país”.

Seleção genética

O acadêmico da Universidad de Chile, especialista em salmões, Roberto Neira, garantiu que a pesquisa ajudará a aperfeiçoar a seleção genética, que permitiu que “nos últimos anos se passe de peças de dois quilos a peças de sete”.

O descobrimento do genoma completo também beneficiará a nutrição dos salmões, “já que aumentando sua composição protéica se alcançarão espécies mais vegetarianas, ou seja, uma piscicultura mais amigável com o meio ambiente”, destacou o pesquisador.

O Chile se tornou em 2007 o segundo produtor mundial de salmão, só superado pela Noruega, mas o surgimento do vírus ISA, que causou uma grande mortandade de peixes e reduziu drasticamente a produção. Organizações ambientais responsabilizaram a embarcação Harvest Chile AS pela infecção.

O setor têm se recuperado paulatinamente nos últimos anos e, entre janeiro e julho de 2013, as exportações de salmão chegaram a US$ 1,512 bilhão, 23,6% a mais que no mesmo período de 2012, segundo números oficiais.