Para temperar a vida, um pouquinho de ardência faz bem, e de frescura também
Uma pimentinha aqui, uma cachacinha ali. Os dois ingredientes, que a princípio nada têm a ver um com outro, fazem par na hora de temperar a vida. Tem gente que não come sem pimenta, já outros gostam de tomar uma pinguinha para abrir o apetite. Malagueta, rabanero, bodinho, dedo de moça, biquinho ou cumari do […]
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Uma pimentinha aqui, uma cachacinha ali. Os dois ingredientes, que a princípio nada têm a ver um com outro, fazem par na hora de temperar a vida. Tem gente que não come sem pimenta, já outros gostam de tomar uma pinguinha para abrir o apetite.
Malagueta, rabanero, bodinho, dedo de moça, biquinho ou cumari do Pará. Ou quem sabe ainda Preferida, Viagra do Pantanal, Pinga Gay, Boazinha, Meia Lua e Velha de Januário. A primeira frase são nomes de pimentas, já a segunda de pingas. E todos os produtos são facilmente encontrados no Box da família Kinoshita, no Mercadão Municipal.
Marcelo Kinoshita, de 35 anos, sabe que tanto a pimenta quanto a pinguinha são preferência no gosto do sul-mato-grossense. A prova é que o comércio que começou há mais de 20 anos com os pais cresceu, e hoje ele toca quatro boxes no local junto com a mulher, Ana Flávia Sanfilippo. Eles chegaram a ter ainda três outros boxes na Feira Central, mas a correria de sair de um local para outro fez com que vendessem os empreendimentos. “Era muito puxado. Saía daqui e ia direto para a feirona. Acabei optando por vender”, conta Ana Flávia.
Hoje cuidando da barraquinha de cachaça, ela conta que o produto faz sucesso. A preferida é a pinga de banana. Carro chefe das vendas, ela atribui as vendas ao sabor. “É muito suave. E acho que o povo gosta de banana, porque no boxe de verdura e frutas, o que mais vendemos também é banana”, diz.
Outras pingas chamam atenção pelo nome. A Pinga Gay que tem sabor de morango também sai muito e o curioso é que os homens não assumem que estão levando para eles. “Eles chegam, pedem e se justificam. Falam que é para levar de presente para sacanear o primo, o cunhado”, diz. “E os próprios gays gostam muito. Eles levam um monte”, revela.
Outro sucesso é o Viagra do Pantanal, o nome já diz para o que serve. E o que não falta são compradores interessados na potência da bebida. “O pessoal vê o nome e compra para ver se funciona”, diz, rindo.
Já quando a preferência é a pimenta, tem gente que conta que se não for ardida não come. Na casa de Maria Helena Santos Ducartes, de 50 anos, vendedora, se não tiver pimenta não tem sabor. Hoje ele levou só um molhinho, mas conta que na casa tem para todos os gostos. “Sou filha de baiano com mineira, então já viu”, diz ao revelar a preferência por tudo ardido.
Maria Helena diz que em sua casa tem pimenta de tudo quanto é tipo, o que não pode é faltar. E brinca dizendo que desde pequeno os filhos vão sendo acostumados a comer uma comida mais arretada. “Lá em casa a gente põe a pimenta na mamadeira”, confirma, quando questionamos como é.
Para quem gosta, na barraquinha de Marcelo as pimentas começam ao preço de R$ 5,00, o molho. E vai até R$ 50,00 o vidro grande para restaurantes, ou ainda entre R$ 35,00 e R$ 40,00 os vidros decorados. As pimentas têm de todos os tipos, ou ainda misturadas na mesma conserva.
Já as pingas também começam pelo preço de R$ 5,00 a garrafinha pequena, tipo de coleção. Já as garrafas maiores vão de R$ 20,00 a R$ 40,00, dependendo do sabor. Uma das mais caras é a de guavira. Apesar do preço mais salgado (R$ 35,00), a pinga mais sucesso pelo sabor diferenciado da fruta.
Além das pingas, a barraquinha vende licor de pequi e outros sabores típicos de Mato Grosso do Sul.
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