Para Feliciano, beijaço só fortalece possível candidatura presidencial

O ato de jovens contra a presença do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) durante um evento evangélico em Prazeres, Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, nesta quinta-feira (30), não teve nem de longe o número de participantes confirmado pelo evento no Facebook. Aproximadamente 20 pessoas participaram da manifestação. Dessas, só dois casais promoveram o “beijaço”. […]

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O ato de jovens contra a presença do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) durante um evento evangélico em Prazeres, Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, nesta quinta-feira (30), não teve nem de longe o número de participantes confirmado pelo evento no Facebook. Aproximadamente 20 pessoas participaram da manifestação. Dessas, só dois casais promoveram o “beijaço”. Mas, apesar de poucos, o grupo chamou a atenção do político. De cima do trio elétrico do “Projeto Libertador”, o parlamentar deu o recado: “Vocês [os manifestantes] estão me fazendo um bem tremendo e eu fiquei ainda mais forte depois disso. Esse povo ajuda na minha candidatura à Presidência da República”.

Na plateia era possível identificar a bandeira do arco-íris, símbolo do orgulho LGBT, em meio às bíblias dos fiéis. Mesmo afirmando que estava ali como pastor e não como político, Feliciano fez um discurso ácido e disparou indiretas ao grupo de opositores, com direito a pedido de palmas pelo público. “Vamos bater palmas para eles. Só peço que respeitem os que vieram aqui para orar”, defendeu.

Durante a pregação, repleta de palavras mais exaltadas e elevação no tom da voz, o deputado norteou a fala sobre a inconsequência da juventude. Ele utilizou passagens do livro de Provérbios para alfinetar os jovens.

Feliciano ganhou destaque nacional na época em que presidiu a Comissão de Direitos Humanos. Acusado de homofobia e racismo, ele conquistou a antipatia dos movimentos LGBT por causa de projetos polêmicos, entre eles a “cura gay”, a iniciativa orientava os homossexuais a procurarem psicólogos “para se tratar”.

“Certa vez, um representante do movimento LGBT foi ao Congresso e se disse impressionado em como as críticas contra mim só me deixaram mais forte”, disse, durante a fala.

Antes da pregação, o deputado federal Anderson Ferreira (PR) afirmou que liberdade não poderia ser confundida com libertinagem. “Seria o mesmo que eu entrasse numa boate e quisesse pregar o evangelho”, exemplificou.

“Nosso beijaço é um ato de repúdio às ideias fundamentalistas do pastor Marco Feliciano. Estamos aqui para mostrar que o País é livre e laico, que a homossexualidade é natural”, disse o integrante da Juventude Popular Socialista, Cristiano Vasconcelos.

Juntas há três meses, as estudantes Maria Augusta Brandão e Mia Aragão participaram do “beijaço” e afirmam que o gesto é uma tentativa de combater a homofobia e afrontar as posturas preconceituosas de Feliciano.

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