Obama diz que EUA deram fim a cerco a refugiados no norte do Iraque

O presidente americano, Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira que o Exército dos Estados Unidos deu fim ao cerco a dezenas de milhares de refugiados em uma montanha no norte do Iraque por militantes do Estado Isâmico. Obama parabenizou as forças americanas pela operação e disse que a situação no Monte Sinjar melhorou bastante. Muitos dos […]

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O presidente americano, Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira que o Exército dos Estados Unidos deu fim ao cerco a dezenas de milhares de refugiados em uma montanha no norte do Iraque por militantes do Estado Isâmico.

Obama parabenizou as forças americanas pela operação e disse que a situação no Monte Sinjar melhorou bastante. Muitos dos refugiados já deixaram o local e não devem ser realizadas operações de resgate, disse o presidente americano.

Ele afirmou, no entanto, que os ataques aéreos aos membros do Estado Islâmico continuarão, assim como o envio de ajuda humanitária.

Também nesta quinta-feira, a TV estatal do Iraque divulgou que o primeiro-ministro do país, Nouri Maliki, aceitou deixar o cargo, dando fim a um entrave político em Bagdá em meio ao conflito do governo com insurgentes.

O novo primeiro-ministro será Haider al-Abadi, vice-líder do Parlamento, que já havia recebido um pedido do presidente do Iraque para formar um novo governo. Seu antecessor, Maliki, estava sob pressão para abrir caminho para Abadi.

Caos

Forças iraquianas e curdas estão combatendo o Estado Islâmico no norte do país. O rápido avanço do grupo nesta região levou o Iraque de novo ao caos, gerando uma crise de segurança e humanitária.

Em 29 de junho, o grupo disse ter criado um califado, ou Estado Islâmico, que vai de Aleppo, na Síria, à província de Diyala, no Iraque. A ONU estima que esta crise tenha feito com que 1,2 milhões de iraquianos deixassem suas casas.

Por isso, a ONU declarou que o Iraque passa no momento pelo mais elevado nível de emergência possível por conta disso. Segundo o órgão, declarar um “estado de emergência nível 3” facilitará a mobilização de recursos materiais e financeiros para ações humanitárias.

Outros três países têm o mesmo estatus no momento: Síria, Sudão do Sul e a República da África Central.

Autoridades curdas disseram que a situação na cidade de Dohuk, para onde foram 150 mil dos refugiados, tornou-se crítica.

Hamad, um Yazidi que conseguiu escapar com sua família, disse à BBC que sua mãe morreu durante sua longa viagem a Dohuk.
“Não havia comida (no monte). Estávam

os exaustos depois de andar muito e enfrentar estradas muito íngremes”, ele disse, acrescentando que sua mãe afirmou em certo ponto que não podia mais seguir em frente.”

“Nós recusamos a partir sem ela. Depois de algumas horas com sede, fome e exaustão, ela caiu e morreu.”

Autoridades curdas em Dohuk disseram ao correspondente da BBC Frank Gardner que seus habitantes estão sobrecarregados na tentativa de alimentar os refugiados.

Ajuda e bombardeio

A ajuda humanitária continuará a ser enviada, segundo a ONU. Há várias noites, aviões sobrevoam o local e lançam suprimentos.

Os Estados Unidos disseram que a sétima carga de água e comida foi lançada na última quarta-feira e que mais de 114 mil refeições e 160 mil litros de água potável foram levados até lá.

O país continuam a bombardear alvos do Estado Islâmico no norte do Iraque.

Em outro desdobramento, Ahmed Khalaf al-Dulaim, governador da província de Anbar – que em grande parte está sob o controle dos militantes há meses – pediu apoio aéreo americano e outros tipos de assistência, segundo a agência Reuters.

De acordo com a agência, Al-Dulaim disse temer que os oponentes do Estado Islâmico na província não tenham forças suficientes para sustentar o combate por muito mais tempo.

A França disse que fornecerá armamentos a curdos iraquianos, que também estão sendo apoiados pelos Estados Unidos na luta contra o Estado Islâmico.

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