No 2º dia de paralisação em SP, sindicato estima que 8% ônibus não circulam

Após um dia de caos no trânsito e no transporte público de São Paulo, a quarta-feira (21) começou problemática para quem precisa de ônibus para ir trabalhar. Pelo menos cinco empresas mantiveram a paralisação iniciada ontem. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou que o rodízio de veículos está mantido. O presidente do Sindmotoristas […]

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Após um dia de caos no trânsito e no transporte público de São Paulo, a quarta-feira (21) começou problemática para quem precisa de ônibus para ir trabalhar. Pelo menos cinco empresas mantiveram a paralisação iniciada ontem. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou que o rodízio de veículos está mantido.

O presidente do Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano), José Valdevan, conhecido como Noventa, estima que cerca de 1.200 ônibus (8% da frota total da cidade) estejam parados nesta manhã. Segundo ele, a paralisação não tem previsão para terminar e é realizada por opositores do sindicato. A SPTrans não confirma o número de ônibus parados.

Ontem, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse que a paralisação foi inesperada e comparou o movimento à atuação de uma guerrilha.

Hoje, veículos das companhias Gato Preto, Santa Brigida, Sambaíba, Via Sul (todas nas zonas norte, noroeste e oeste) e VIP (na zona sul) não deixaram as garagens. Ônibus da viação Campo Belo, que havia aderido ao movimento, voltaram a circular às 5h40, de acordo com a SPTrans.

Os terminais Lapa, na zona oeste, Capelinha, zona sul e Parque Dom Pedro, na região central, estão fechados, e vários outros estão com as operações comprometidas devido à ausência de coletivos. Motoristas bloquearam a entrada do terminal Guarapiranga, impedindo o acesso de veículos.

Na avenida Faria Lima, na zona oeste, sentido Largo da Batata, dezenas de ônibus estacionaram nas pistas da direita e da esquerda, com o pisca alerta ligado, repetindo estratégia colocada em prática ontem. As avenidas Professor Francisco Morato, Eusébio Matoso e Pirajussara, todas na zona oeste, também estão parcialmente fechadas.

O corredor de ônibus da avenida Cupecê, na zona sul, está bloqueado nos dois sentidos por coletivos da Viação Tupi.

Na Grande São Paulo, as companhias Pirajussara, na região de Embu, e Viação Osasco, que atende a região de Osasco, também estão paradas. A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo), afirmou que com isso 64 linhas deixaram de circular, afetando cerca de 250 mil pessoas.

A EMTU afirmou ainda que vário ônibus que passam pela avenida Deputado Emílio Carlos, em Carapicuíba, que está parcialmente bloqueada, tiveram suas chaves furtadas pelos grevistas.

Reivindicações

Os motoristas e cobradores que têm participado das paralisações pertencem a uma dissidência da atual direção do Sindimotoristas –que representa a categoria na capital paulista– que, até agora, preferiu manter-se no anonimato.

O pouco que se sabe do grupo dissidente é que eles exigem um reajuste maior do que os 10% propostos pelas empresas de ônibus e aprovados na última segunda-feira (19) em assembleia da categoria que reuniu milhares de trabalhadores.

Segundo José Valdevan, o Noventa, presidente do Sindimotoristas, a categoria abriu negociação com as empresas exigindo 13% de reajuste. Inicialmente, o SP Urbanuus, sindicato patronal das empresas de ônibus, ofereceu 5,2% de reajuste, equivalente à inflação do último ano. Diante da recusa dos trabalhadores, o sindicato patronal subiu a proposta de reajuste para os 10%.

Também foi oferecido aumento de R$ 1,20 no vale-refeição diário, que passou de R$ 15,30 para R$ 16,50, além de uma parcela fixa anual de R$ 850, referente à participação nos lucros e resultados (PLR). O acordo também prevê o reconhecimento de insalubridade, que permitirá aos motoristas e cobradores se aposentar com 25 anos de trabalho (atualmente o tempo de serviço é de 35 anos para homens e 25 para mulheres).

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